O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou hoje, em Santa Cruz da Graciosa, que o Governo dos Açores quer “estimular o contacto entre os cientistas e os atores económicos regionais, para promover uma economia baseada no conhecimento, mais competitiva e sustentável”.
Fausto Brito e Abreu referiu que existem na Região centros de investigação ligados à biologia marinha que estão a desenvolver trabalhos sobre as algas açorianas, salientando que “os apanhadores de algas devem aproveitar este conhecimento a seu favor”.
O Secretário Regional do Mar falava na conferência “Apanha de Algas: sustentabilidade e criação de rendimento”, uma iniciativa da Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, em parceria com a Associação de Pescadores Graciosenses, que teve como objetivo contribuir para a sustentabilidade da apanha de algas na ilha Graciosa.
O evento contou com uma apresentação da investigadora da Universidade dos Açores Rita Patarra sobre métodos de apanha das algas e os riscos de invasoras.
“A apanha de algas é uma atividade com elevado potencial económico nos Açores”, defendeu Brito e Abreu, advertindo que “é essencial assegurar a sua sustentabilidade para não comprometermos os ecossistemas marinhos e o futuro das pescas e da própria apanha de algas”.
“Temos de ter uma atitude precaucionaria e responsável para garantia da sustentabilidade da apanha de algas na Graciosa e também na Região”, frisou o Secretário Regional do Mar, apontando a aquacultura como uma solução no futuro.
Nesse sentido, Brito e Abreu destacou a importância das medidas de desenvolvimento local de base comunitária para a promoção de "iniciativas que podem contribuir para o aumento do rendimento dos pescadores, através de atividades complementares à pesca, como poderá ser o caso da cultura de algas”.
O Secretário Regional do Mar elogiou o trabalho que está a ser desenvolvido pela Associação de Pescadores Graciosenses, que apanha e exporta algas para as indústrias alimentar, farmacêutica e biotecnológica.
“Na ilha Graciosa a apanha de algas para exportação está a funcionar como uma atividade complementar dos pescadores que rendeu cerca de 80 mil euros nos últimos dois anos”, referiu.
Brito e Abreu destacou ainda o potencial gastronómico das algas, área em que considerou “haver espaço para inovar, com novos pratos”, podendo funcionar como um atrativo turístico.
A promoção de atividades ligadas ao mar que garantam rendimentos complementares aos pescadores, como a cultura e a apanha de algas, e o melhor uso do conhecimento científico são medidas defendidas no plano “Melhor Pesca, Mais Rendimento” apresentado em abril deste ano pelo Governo dos Açores.