O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia destacou hoje a importância da nova campanha de monitorização do estado das espécies demersais e de profundidade que arranca quinta-feira no monte submarino Condor, e que conta com o apoio do Governo dos Açores.
Fausto Brito e Abreu considerou que as campanhas de monitorização realizadas naquele monte submarino são “muito importantes” porque permitem aos Açores apresentar à Comissão Europeia “dados científicos fiáveis sobre a abundância das espécies com maior valor comercial”, podendo evitar mais cortes de quotas de pesca a partir de 2016.
O monte submarino Condor está, desde 2008, a ser alvo de vários estudos científicos, coordenados pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, tendo sido classificado, em 2010, como área de proteção especial para fins científicos, não sendo permitida a pesca de espécies demersais e de profundidade.
A criação desta área de proteção especial tem como objetivo perceber e conhecer melhor as dinâmicas de recuperação das populações de espécies piscícolas com interesse comercial, depois de décadas de exploração intensiva.
Este monte submarino constitui-se, por isso, como uma área de referência para avaliar a evolução da abundância de várias espécies demersais, comparativamente a outros locais do arquipélago onde a pesca continua a ocorrer sem restrições, permitindo determinar os efeitos ambientais e os efeitos da pesca nas tendências dos stocks anuais das diferentes espécies.
Nesse sentido, Brito e Abreu afirmou que os estudos científicos dedicados a espécies de peixes demersais, como o goraz ou o boca negra, que decorrem no Condor, “permitem acompanhar flutuações naturais e a recuperação das populações destas espécies, que têm grande valor económico para o setor piscatório nos Açores, contribuindo para uma gestão sustentável das pescas”.
Esta será a sétima campanha de monitorização que se realiza no monte submarino Condor, depois de cinco anos e meio de interdição da pesca nesta área, sendo que a pesca com artes que não afetam os habitats do fundo marinho, como o salto e vara para captura de atuns, continua a ser permitida.