O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia salientou hoje, na Horta, a "permanente transformação” dos desafios que o setor das pescas enfrenta, lembrando que, há 40 anos, as dificuldades do setor prendiam-se com a “subcapacitação” da frota e “infraestruturas portuárias com poucas condições de segurança”.
Fausto Brito e Abreu frisou que o "uso inteligente” dos fundos comunitários e das competências que a Autonomia atribuiu ao Governo Regional permitiu dotar os Açores de “uma frota capacitada e infraestruturas portuárias com boas condições de segurança e de operacionalidade”.
O Secretário Regional do Mar, que falava, em representação do Presidente do Governo, na abertura do Fórum Internacional das Pescas dos Açores, apontou o aumento do rendimento dos pescadores, a sustentabilidade dos recursos marinhos e a dignificação da profissão de pescador como alguns dos maiores desafios que o setor enfrenta.
Nesse sentido, salientou a importância do conhecimento científico para “orientar as pescas”, não só no que respeita às políticas para o setor, mas também “para orientar a própria atividade da pesca e as opções que cada armador, cada associação [de pescas] e cada ilha devem tomar”.
“Temos de conhecer o nosso mar para saber qual a forma mais inteligente de criarmos riqueza a partir da atividade da pesca a longo prazo”, afirmou o Secretário Regional, defendendo a necessidade de existir uma "relação bilateral” entre as comunidades científicas e piscatórias.
“Os pescadores têm muito conhecimento empírico do nosso mar e, por isso, também devem comunicar os seus desafios aos nossos cientistas”, frisou.
Fausto Brito e Abreu salientou o concurso de apoio a projetos de investigação em contexto empresarial, no valor de dois milhões de euros, que decorre até 31 de dezembro de 2018, e que permite “trazer mais ciência para o nosso tecido empresarial e mais conhecimento empírico para os nossos cientistas”.
Na sua intervenção, o Secretário Regional do Mar apelou ainda à necessidade de “todos colaborarem para o bem comum”, frisando, nesse sentido, a importância deste fórum para “forjar alianças e discutir de forma aberta os desafios do setor, encontrando soluções através do esforço coletivo de geração de ideias, incluindo pescadores, comerciantes de pescado, cientistas, políticos e autoridades de fiscalização das pescas”.
O Fórum Internacional das Pescas dos Açores, que decorre até quinta-feira, conta com uma centena de participantes, oriundos de Portugal, Itália, Dinamarca, Espanha, Bélgica e Estados Unidos da América, tendo como temática principal a sustentabilidade das pescas.
A avaliação de recursos marinhos, os programas de monitorização das pescas nos Açores, o Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e Pescas, a conservação da biodiversidade marinha e dos recursos pesqueiros, as capturas acessórias, a importância do movimento associativo e a aquacultura são alguns dos temas que serão abordados neste encontro.