O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia congratulou-se hoje com os dados preliminares da missão científica ‘As ilhas dos Açores – o segredo mais bem guardado do Atlântico’, financiada pelas fundações Waitt e Oceano Azul, que decorreu desde 9 de setembro nas ilhas de S. Miguel e Santa Maria e nas Formigas.
Fausto Brito e Abreu salientou que, através dos dados preliminares, é possível verificar “uma diferença significativa nas abundâncias de peixe e de outras espécies de vida marinha dentro e fora das áreas marinhas protegidas”, apontando, como exemplo, as áreas de reserva à pesca de Santa Maria, alargadas recentemente.
O Secretário Regional do Mar falava, em Ponta Delgada, durante uma visita ao navio ‘Plan B’, que esteve envolvido nesta expedição oceanográfica com o objetivo de realizar um levantamento científico do estado de conservação da biodiversidade marinha e produzir um documentário para divulgar a biodiversidade marinha dos Açores.
Para Brito e Abreu, os primeiros resultados desta expedição constituem uma “validação do trabalho do Governo dos Açores no que respeita à criação de zonas protegidas”, salientando “o papel importante dos pescadores, que contribuíram para a sua criação”.
“As áreas de reserva à pesca são importantes não só para o turismo marinho, mas também para a pesca porque servem de zonas de maternidade” que permitem o repovoamento de zonas de pesca, frisou.
Brito e Abreu afirmou também que os dados desta expedição “são muito úteis para validar o modelo adotado nas ilhas onde já existem áreas marinhas protegidas”, incentivando os pescadores que “se queiram organizar para propor áreas marinhas protegidas” nas ilhas em que ainda não existem.
O Secretário Regional do Mar salientou, por outro lado, que “os dados científicos que emergem desta expedição são úteis para alguns projetos que estão a decorrer na Universidade dos Açores” e que agora beneficiam de informação adicional, salientando a importância deste projeto no que respeita “à divulgação e à sensibilização para questões ligadas ao ambiente marinho e à promoção dos Açores como um destino de excelência” para turismo de natureza.
No âmbito desta campanha, na qual participaram cinco cientistas da Região, procedeu-se à marcação de espécies pelágicas em colaboração com os projetos em curso no IMAR, no MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e na Universidade dos Açores.
Os resultados desta missão serão entregues aos governos da Região e da República sob a forma de um relatório científico com informação sobre o estado atual de conservação dos valores naturais estudados no Grupo Oriental dos Açores, a eficácia das atuais áreas de proteção, bem como o eventual interesse na expansão dessas áreas ou na criação de novas zonas de proteção.
O documentário, com uma duração prevista de cerca de 20 minutos, será divulgado pelas fundações Waitt e Oceano Azul, dando a conhecer ao grande público os principais aspetos dos trabalhos desenvolvidos durante a expedição, bem como dos ambientes marinhos dos Açores.