O combate a espécies de flora invasora, é uma das ações fulcrais para uma sã recuperação paisagística.
Nos Açores a flora nativa ocupa agora apenas uma pequena percentagem do que é a diversidade da flora atualmente existente. A verdade é que muitas destas espécies coexistem harmoniosamente com o homem e a paisagem, no entanto existem algumas que apresentam um forte carácter invasor e que acabam por dominar e degradar ecossistemas e paisagens inteiras. Algumas destas, que até há bem pouco tempo continuavam a ser vistas como ex-líbris da paisagem Açoriana, como por exemplo as hortênsias que se propagaram das áreas onde estavam anteriormente confinadas e agora ocupam largas áreas de pastagens abandonadas e até zonas de flora nativa.
Na bacia hidrográfica da Lagoa das Furnas a flora invasora predominava nas pastagens abandonadas, ao longo das ribeiras e das linhas de erosão, sendo representada pela conteira (Hedychium gardnerianum), silva-brava (Rubus ulmifolius), silva-mansa (Leycesteria formosa), gigante (Gunnera tinctoria) e ainda pelas espécies arbóreas tabaqueira (Solanum mauritianum), cletra (Clethra arborea), incenso (Pittosporum undulatum) e acácia (Acacia melanoxylon).
Desde o início do projeto 146 hectares de pastagens degradadas e mata foram sujeitos ao controlo de infestantes. A eliminação de invasoras tem sido um processo demorado, exigindo repetições de tratamentos, devido ao abundante banco de sementes existente no solo e à sua elevada dispersão pela avifauna. Sem esta intervenção, as espécies invasoras continuariam a prosperar e a subjugar as outras espécies, reduzindo consideravelmente a biodiversidade e culminando em manchas de flora mono-específica.