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Foi realizada a plantação de manchas lineares de floresta nativa (Laurissilva) que servem de proteção às linhas de água e taludes adjacentes ao longo de 2 km. Nestas áreas sensíveis não serão realizados cortes florestais no futuro, minimizando assim os riscos de erosão e degradação das margens das linhas de água.

Uso de novas técnicas florestais, com a mecanização sempre que possível na preparação do terreno, e de novo o uso de tubos protetores individuais revolucionaram a plantação das espécies nativas. As espécies plantadas foram o folhado (Viburnum tinus ssp. subcordatum); a urze (Erica azorica); a Uva-da-serra (Vaccinium cylindraceum); o azevinho (Ilex azorica); o pau-branco (Picconia azorica); a faia-da-terra (Morella faya); o sanguinho (Frangula azorica); o cedro-do-mato (Juniperus brevifolia); o teixo (Taxus baccata); a ginjeira-brava (Prunus azorica); e o loureiro-bravo (Laurus azorica). Tendo em conta a sensibilidade das áreas em questão, o controlo e remoção dos silvados foram realizados apenas com manutenção mecânica e manualmente, implicando manutenções mais frequentes. Para minimizar o seu custo, aumentando as hipóteses de sobrevivência das espécies cujo plantio escasseava, usaram-se tubos protetores individuais de material biodegradável numa quantidade considerável de plantas ao longo dos 2 km de “faixas tampão” já instaladas. Por ser uma técnica nova nos Açores, em especial na sua aplicação a espécies de floresta nativa, foram deixadas algumas parcelas de controlo sem tubos - para comparação de taxas de sobrevivência e crescimento nas monitorizações que têm vindo a ser realizadas anualmente, e que agora comprovam a sua eficácia.

Anteriormente a estes ensaios a taxa de mortalidade de espécies plantadas em pastagens era muito elevada. Com as novas técnicas adoptadas a taxa de sobrevivência destas espécies nos primeiros anos cruciais atinge agora os cerca de 90%, para além de haver crescimentos anuais da ordem de 1,2 m para algumas espécies. Crescimentos estes anteriormente também relativamente desconhecidos, pois persistia o mito de que as espécies da Laurissilva tinham crescimentos anuais muito pequenos, isto provavelmente fruto de as manchas de Laurissilva persistirem apenas nos locais mais inóspitos (zonas de altitude, com solos pobres e fortes exposições ao vento). Na plantação destas faixas estiveram envolvidas várias escolas, que com a preparação prévia do terreno pelos efetivos militares, conseguiram plantar milhares de árvores e arbustos.

Arquivo fotográfico do Furnas LandLab

Ações de manutenção em faixa tampão na Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas


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