O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente afirmou, em Santa Cruz da Graciosa, que "faz todo o sentido" que esta ilha, atendendo à sua tradição vitivinícola, aproveite as ajudas em vigor para desenvolver este setor.
“Existe aqui um potencial enorme do ponto de vista da tradição cultural”, frisou Luís Neto Viveiros, que falava terça-feira na Casa do Povo de Guadalupe, numa sessão de esclarecimento sobre o PRORURAL+ e os apoios à vinha.
Neto Viveiros salientou que existem áreas “abandonadas” que podem ser recuperadas, aproveitando, com retorno, quer as ajudas cofinanciadas pelo programa comunitário VITIS, quer as do novo regime suportado por fundos regionais.
O VITIS, gerido através da Direção Regional do Desenvolvimento Rural, visa, segundo referiu o Secretário Regional, “aumentar a competitividade dos produtores de vinho, através da reestruturação da vinha e da melhoria da qualidade do vinho”, acrescentando que se conseguiram criar excelentes condições e apoios financeiros comparativamente a programas anteriores.
Nesta sessão de esclarecimento, que registou uma elevada participação, foi revelado que, desde a sua entrada em funcionamento, no ano passado, até agora, este programa já apoiou em cerca de três milhões de euros 67 projetos apresentados por promotores do Pico, Terceira e São Miguel.
Relativamente ao Sistema de Incentivos à Manutenção de Paisagens Tradicionais, ele constitui-se como uma nova oportunidade para a vitivinicultura e fruticultura da Graciosa.
O Decreto Regulamentar Regional n.º 24/2014/A, de 15 de dezembro, alargou a todo o arquipélago o que Luís Neto Viveiros considerou ser a experiência de sucesso ocorrida no Pico, estabelecendo apoios à manutenção de paisagens tradicionais em áreas protegidas com o objetivo de preservar as paisagens da cultura tradicional da vinha em currais, nas fajãs costeiras e em socalcos.
Os apoios, geridos pela Direção Regional do Ambiente, em função da área elegível por beneficiário, são pagos anualmente e preveem a atribuição de 2.350 euros por hectare para áreas de vinha com castas aptas à produção de vinhos com Denominação de Origem.
Preveem também a ajuda anual de 2.000 euros por hectare para áreas de vinha com castas aptas à produção de vinhos com indicação geográfica ‘Açores’ e de 1.500 euros por hectare para as áreas de pomar de espécies tradicionais e para outras áreas de vinha.
"Foi este desafio que vim aqui lançar”, afirmou o Secretário Regional, acrescentando ter a expetativa que, no próximo ano, “findo o período de candidaturas e de análise dos projetos, possamos estar aqui a assinar contratos, o que significa que os agricultores aderiram” e que “estamos a recuperar uma cultura tão significativa e tão tradicional nesta ilha”.
Luís Neto Viveiros garantiu ainda a disponibilidade da Direção Regional da Agricultura para a realização de ações de formação direcionadas para este setor e, questionado pelos jornalistas, adiantou que, em função da informação resultante das reuniões e contatos mantidos, a parte do financiamento que cabe à Adega Cooperativa assegurar no projeto de investimento das novas instalações “está em vias de ser solucionada”.