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08-03-2016

Projeto prevê erradicação de Térmitas Subterrâneas no bairro da Praia da Vitória até 2020


Investigadores da Universidade dos Açores estimam conseguir erradicar as térmitas das habitações do Bairro de Santa Rita, na Praia da Vitória, até 2020, num projeto financiado pelo município e pelo Governo Regional.

"A expectativa para este caso, em que se iniciou o estudo e a erradicação em 2014, é de que em 2020 poderemos, se tudo correr bem, erradicar nesta zona concreta", salientou, hoje, em declarações aos jornalistas, Paulo Borges, investigador da Universidade dos Açores e coordenador científico do projeto, numa visita ao Bairro de Santa Rita.

O Governo Regional investiu cerca de 70 mil euros e a autarquia da Praia da Vitória mais de 20 mil euros, mas, segundo o vereador Osório Silva, os resultados estão próximos do objetivo traçado.

"Em mais de 90% das habitações já foi possível erradicar a térmita subterrânea. Neste momento os técnicos municipais na área da biologia vão continuar a fazer um acompanhamento de monitorização, dado que há ainda uns pequenos focos que merecem essa vigilância", salientou.

De acordo com Paulo Borges, ao contrário da térmita de madeira seca, a biologia da espécie detetada no Bairro de Santa Rita - a térmita subterrânea norte-americana - e o facto de a praga estar confinada a espaço limitado permitem a erradicação num prazo curto de tempo.

Os técnicos da autarquia, os investigadores da Universidade dos Açores e uma empresa espanhola especialista no combate às térmitas montaram cerca de três centenas de armadilhas no interior e no exterior de mais de 50 habitações, mas a praga estava concentrada sobretudo em oito moradias.

As térmitas subterrâneas só foram detetadas no Bairro de Santa Rita por volta de 2006/2007, mas os investigadores da universidade encontraram armadilhas deixadas pelos norte-americanos, que construíram as habitações para os militares da base das Lajes residirem e nunca informaram as autoridades portuguesas da existência da praga no local.

Nos Açores, estão identificados três tipos de térmitas: a térmita de madeira seca, a térmita de madeira viva e a térmita subterrânea, que se divide em duas espécies. A americana só foi detetada no Bairro de Santa Rita e a europeia na cidade da Horta.

Segundo Paulo Borges, a térmita subterrânea é mais fácil de controlar, porque vive no solo, mas usa a madeira das habitações como recurso alimentar, provocando, por isso, igualmente danos avultados.

Já o controlo da térmita da madeira seca é um processo "muito lento" e mais dispendioso, porque é feito através de obras individuais nas habitações, com apoios do Estado, "não havendo um processo de contenção planeado e programado".

"Existe um projeto que nós estamos na universidade a liderar, que tem um tempo de 10 a 15 anos, em que estamos a tentar realizar para o Governo Regional o mapeamento mais detalhado de todas as zonas onde temos térmitas de madeira seca e apresentamos estratégias para eliminar em determinadas zonas, com menos custos, essa térmita. Nunca será erradicar, será com investimentos públicos e privados tentar eliminar o máximo de situações", frisou Paulo Borges.

Atualmente, existem térmitas identificadas em seis das nove ilhas dos Açores (Santa Maria, São Miguel, Terceira, São Jorge, Pico e Faial).

Autor: (LUSA/AO online)

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Direção Regional do Ambiente e Ação Climática



  



 

 

 

 

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