No âmbito do Plano Regional para as Alterações Climáticas foi elaborado o primeiro Inventário Regional de Emissões por Fontes e Remoções por Sumidouros de Poluentes Atmosféricos (IRERPA 2016), com dados relativos a 2014, seguindo as metodologias oficiais definidas pelo IPCC e adotadas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.
O IRERPA habilita a Região a melhor compreender a sua realidade em termos de emissões de gases de efeito de estufa (GEE), incluindo a identificação de quais os gases mais significativos e os setores onde estes têm origem, e permite também sistematizar e organizar a informação relativa à Região.
Com este relatório a Região dá um primeiro e importante passo na sistematização e divulgação desta informação e dá também um sinal da importância que atribui às alterações climáticas e à necessidade de desenvolver, também a esta escala, o seu contributo para a redução global de emissões.
Na elaboração do IRERPA 2016 foi seguida a abordagem apresentada pelo IPCC para a estimativa de emissões de GEE por forma a garantir coerência dos resultados obtidos no IRERPA com os exercícios nacionais. Para este exercício definiram-se três setores: (1) Energia e processos industriais, (2) Agricultura, floresta e outros usos do solo e (3) Resíduos e águas residuais.
As emissões na Região em 2014 totalizaram 1,72 Mt CO2eq., tendo o setor Uso de Solo e Florestas sido responsável por um sequestro líquido de cerca de 0,5 Mt CO2eq., o que coloca as emissões líquidas em 1,22 Mt CO2eq.
O perfil de emissões por setor mantém-se razoavelmente estável entre 1990 e 2014, com o setor energia a representar um pouco mais de 50% das emissões. O setor agricultura é o que mais cresceu (+74% desde 1990) e aumentou em consequência o seu peso no total de emissões.
O peso do sequestro do Setor Uso de Solo e Florestas no total das restantes emissões tem vindo a cair, mais pelo crescimento observado no total de emissões do que por alterações na capacidade sumidouro da Região, que se tem mantido razoavelmente estável.
O perfil de emissões por gás de efeito de estufa mantém-se também razoavelmente estável, com o Dióxido de Carbono (CO2) a representar cerca de 51% das emissões e é também o que mais cresceu (+63% desde 1990), tendo aumentado, em consequência, o seu peso no total de emissões. O gás menos expressivo é o Óxido Nitroso, que representa cerca de 12% das emissões.
Fazendo a comparação com os totais nacionais, verifica-se que os Açores representam 2,3% das emissões totais nacionais. O perfil de emissões é, no entanto, bastante distinto, sendo as principais diferenças uma predominância na Região muito mais marcada do setor agricultura e uma quase ausência do setor processos industriais e uso de produtos.