Uma nuvem de partículas de fumo, com origem nos incêndios do Canadá, está a afetar as ilhas dos Açores desde o passado dia 25 de junho. Esta nuvem é constituída por partículas muito pequenas e por gases resultantes dos incêndios que durante as últimas semanas têm afetado o território do Canadá.
De acordo com as simulações do modelo de previsão do serviço CAMS (programa Copernicus), esta nuvem parece estar confinada acima dos 1100 m de altitude e por isso não deverá afetar as populações abaixo deste nível. No entanto, este evento deverá causar uma redução de visibilidade e uma redução do brilho do Sol, bem como do tom azul do céu.
No dia de ontem a nuvem de fumo intensificou-se sobre a região dos Açores. A estação de S. Gonçalo, na ilha de S. Miguel, registou no dia 28/06/2023 um valor máximo de 57 mg/m3 para as partículas de dimensão inferior a 10 mm, entre as 12h00 e as 14h00, e hoje, dia 29/09, já foi registado um valor máximo de 40 mg/m3, entre as 00h00 e as 02h00, para as partículas de dimensão inferior a 2,5 mm. Tais registos encontram-se a afetar o índice de qualidade do ar na zona urbana de Ponta Delgada, situando-se este num nível médio. Atualmente já se observa uma descida nos valores.
Salienta-se que o valor limite diário para a proteção da saúde humana para as PM10 é de 50 mg/m3 , média diária, sendo admissíveis 35 excedências no ano e para as PM2,5 o valor limite anual é de 20 mg/m3.
De acordo com as previsões do serviço CAMS, a nuvem de fumo deverá dissipar completamente sobre o território continental nas próximas 24 horas, mantendo-se ainda sobre os arquipélagos dos Açores e da Madeira até pelo menos dia 1 de julho (sábado).