A Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, entre os meses de abril e setembro de 2022, procedeu à monitorização de térmitas com o objetivo de avaliar a distribuição da térmita-de-madeira-seca das Índias Ocidentais (Crytpotermes brevis, Walker, 1853), em todo o arquipélago, da térmita-subterrânea-ibérica (Reticulitermes grassei, Clémen), na ilha do Faial, freguesia das Angústias e da térmita-subterrânea do Este Americano (Reticulitermes flavipes, Kollar) na ilha Terceira, na freguesia das Lajes. Esta monitorização foi realizada com recurso à colocação de 1314 armadilhas exteriores em todas as ilhas dos Açores. Este estudo contemplou, ainda, pela primeira vez a análise do Sistema de Certificação de Infestação por Térmitas – SCIT, mapeando os 1882 certificados que continham evidências de destruição no edificado por térmitas.
Atualmente estes insetos são considerados a principal praga com efeitos destrutivos em zonas urbanas em todo o mundo, acarretando perdas económicas assinaláveis. A dispersão geográfica de forma natural das térmitas tem um avanço relativamente lento nos aglomerados urbanos, passando de casa para casa. A dispersão desta espécie a grandes distâncias é possível através do transporte de materiais tais como mobiliário, sendo esta uma explicação da forma como esta praga chegou aos Açores e como se dispersou pelo arquipélago.
A monitorização desta praga é realizada nos Açores desde 2009, na cidade de Angra do Heroísmo (Terceira) e desde 2010 nas cidades de Ponta Delgada (São Miguel) e Horta (Faial). Nas localidades de Santa Cruz das Ribeiras, Calheta do Nesquim (Pico), Calheta (São Jorge) e Vila do Porto e Maia (Santa Maria) a monitorização é realizada desde 2011.
Com o estudo realizado, foi possível obter informação relevante no que respeita às áreas de risco de infestação por térmitas de madeira seca, nos diversos municípios dos Açores, com resultados que servirão de apoio à decisão e ao combate a esta praga na Região. Verificou-se que em 2021, a área de edificado nas zonas de risco de infestação por térmitas conhecida, era de 166 hectares (8%), tendo passado em 2022 para 210 hectares (10%). Assim, procedeu-se à atualização dos mapas de risco para a ocorrência de térmita de madeira seca no "Relatório de monitorização e Deteção de Térmitas nos Açores", disponibilizado no portal da Divisão de Ação Climática e Avaliação Ambiental da Direção Regional do Ambiente e Alterações:
Este relatório mostrou, ainda, que as ilhas Graciosa, Flores e Corvo, permanecem sem a presença desta praga.