Apesar dos "contratempos" verificados no arranque das obras dos centros de processamento de resíduos nos Açores, o Governo Regional mantém a intenção de atingir uma taxa de valorização de 50% em 2020.
O objetivo foi reafirmado hoje, em conferência de imprensa, na cidade da Horta, pelo diretor regional do Ambiente, Hernâni Jorge, durante a apresentação dos dados relativos a 2013 do Sistema Regional de Informação sobre Resíduos (SRIR), uma ferramenta que gere a informação sobre os lixos urbanos produzidos nas ilhas.
"Apesar dos contratempos verificados com os centros de processamento de resíduos no Pico e em São Jorge, mantemos a intenção de atingir, em 2020, uma taxa de valorização de resíduos no arquipélago de 50%", garantiu Hernâni Jorge.
De acordo com o relatório do SRIR relativo a 2013, a taxa de valorização de resíduos ficou nos 23,3%, devido aos atrasos na construção de novas estruturas de tratamento de lixos, cujos concursos foram alvo de processos de impugnação judicial por parte de concorrentes.
De um total de 139 mil toneladas de resíduos urbanos produzidos nos Açores em 2013, 30 mil foram valorizados (reutilizados ou reciclados). A maioria (109 mil toneladas) foi eliminada.
Em quase todas as ilhas, a quantidade de resíduos urbanos eliminados é muito superior à quantidade de resíduos valorizados, com exceção das Flores e da Graciosa, que após a entrada em funcionamento dos centros de processamento, reutilizam a maioria dos lixos que produzem.
"Logo que estes processos judiciais estejam ultrapassados, em muitos poucos meses se poderá começar a inverter as percentagens de valorização de resíduos nos Açores", insistiu o diretor regional do Ambiente.
De acordo com os dados recolhidos pelo SRIR, o número de resíduos urbanos produzidos na região baixou de 146,7 mil toneladas em 2011 para 137,7 mil toneladas em 2012, voltando a aumentar em 2013, para 139 mil toneladas.
A ilha de São Miguel, a maior dos Açores, foi a que mais resíduos urbanos produziu (76 mil toneladas/ano), contra 37 mil toneladas na Terceira e menos de 10 mil no Faial, ao passo que o Corvo (a ilha mais pequena) foi a que menos lixos produziu (258 toneladas/ano).