A Secretaria Regional dos Recursos Naturais, através da Direção Regional do Ambiente, concluiu a obra de ampliação do Banco de Sementes Regional instalado no Jardim Botânico do Faial, aumentando assim a capacidade de armazenamento desta “Arca de Noé” de plantas endémicas dos Açores.
Esta infraestrutura, criada em 2003, passa a dispor de uma maior e melhor área de trabalho, dando resposta a um aumento na ordem dos 96% do número de lotes de sementes conseguido no ano passado, em resultado do trabalho desenvolvido em todas as ilhas, e ainda de uma estufa destinada à propagação das espécies.
Para o Diretor Regional do Ambiente, Hernâni Jorge, “estão agora criadas condições para uma crescente produção e divulgação, sobretudo, de espécies herbáceas, suprindo a principal lacuna deste processo. Com este novo contexto, o Banco de Sementes vê aumentada a sua capacidade de contribuir para preservação da biodiversidade, promovendo a perpetuação das espécies naturais dos Açores, o que se realça na véspera de mais um Dia Mundial da Conservação da Natureza”.
Um Banco de Sementes é uma infraestrutura onde as sementes das plantas são conservadas a baixas temperaturas, depois de devidamente limpas, secas e acondicionadas, prolongando por dezenas de anos a sua longevidade e capacidade germinativa, garantindo-se assim a sobrevivência das espécies.
Fruto de um planeamento assente em normas e procedimentos científicos rigorosos e da dinamização de uma campanha de colheita em todas as ilhas, encontram-se atualmente conservadas no Banco de Sementes Regional cerca de 45 espécies endémicas e nativas dos Açores, entre as quais as raríssimas Myosotis azorica (popularmente conhecida por “não-me-esqueças”, nome genérico para miosótis) e a Veronica dabney.
A Veronica dabney, dada como extinta em 1938, foi (re)descoberta por técnicos do Ambiente nos anos de 1999/2000 tendo sido recolhidas sementes que possibilitaram a sua reprodução.
O objetivo principal do Jardim Botânico do Faial é a conservação da flora endémica dos Açores através de ações de conservação tanto nas áreas naturais (conservação “in situ”), como no próprio Jardim (conservação “ex situ”), nomeadamente pela manutenção da coleção viva de plantas, do herbário e do Banco de Sementes Regional.