O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente anunciou, em S. Jorge, a criação do Comité MAB Açores e afirmou que a candidatura das Fajãs de São Jorge a Reserva da Biosfera, passando a integrar o programa MAB (Man and the Biosphere) da UNESCO, integra a estratégia de sustentabilidade e coesão do Governo dos Açores para a Região.
“As marcas ambientais, designadamente as que ostentam a chancela da UNESCO - Reserva da Biosfera, Património Mundial e Geoparque - são importantes mais-valias que o Governo do Açores tem promovido, no quadro da estratégia de sustentabilidade e de coesão que vem implementando”, afirmou Luís Neto Viveiros, que falava quinta-feira no Seminário 'Reservas da Biosfera - Um contributo para o desenvolvimento local', integrado no 12.º Encontro Internacional da REDBIOS - Rede de Reservas da Biosfera.
Na sua intervenção, o Secretário Regional destacou a importância “do desenvolvimento de políticas de cooperação e colaboração com parceiros integrados nessas redes”.
“Desde a adesão do Geoparque Açores à rede europeia global, temos patrocinado a sua dinamização e uma participação ativa no seio das redes”, afirmou Luís Neto Viveiros, recordando que recentemente foi “firmado o acordo de constituição da Rede do Património Mundial de Portugal” e que a Região está empenhada “na criação de uma associação europeia que congregue os sítios vinhateiros classificados como Património Mundial”.
O Secretário Regional reafirmou o empenho dos Açores no incremento da REDBIOS, revelando também que o Governo está “a ponderar a adesão à Rede de Reservas da Biosfera em Ilhas e Zonas Costeiras”.
Para Luís Neto Viveiros, a existência de três ilhas Reserva da Biosfera e a candidatura das Fajãs de São Jorge, “aconselha que repensemos o modelo e a estrutura de gestão dessas reservas, bem como a respetiva promoção, numa perspetiva integradora, que, em simultâneo, promova a partilha de experiência e potencie as vantagens específicas de cada Reserva”, criando “um Comité MAB Açores”.
O Secretário Regional destacou também “o objetivo de valorização do património natural e cultural das fajãs e de desenvolvimento sustentável de São Jorge, promovendo também o seu reconhecimento internacional”.
“As fajãs – cerca de oito dezenas – constituem um património natural e cultural de relevo no contexto da Região, com potencial de projeção no exterior e de geração de riqueza”, frisou, recordando que “parte desse património coletivo já se encontra classificado, integrando o Parque Natural de São Jorge, como é o caso da Paisagem Protegida das Fajãs do Norte, que integra a Fajã da Caldeira de Santo Cristo”.
O Secretário Regional salientou que a deslocação da comitiva da REDBIOS a São Jorge e a realização do seminário constituem “o ponto de partida para a elaboração do processo de candidatura, que será desenvolvido no terreno ao longo dos próximos meses, envolvendo as forças vivas de São Jorge e, em particular, os seus dois municípios, que, desde a primeira hora, manifestaram todo o apoio a esta iniciativa”.
O dossier, adiantou Luís Neto Viveiros, será concluído até ao próximo verão, de forma a que, em setembro de 2015, seja submetida à UNESCO “uma candidatura claramente vencedora e na qual se revejam todos os Jorgenses”.