A Reserva da Biosfera do Corvo assume, a partir de hoje e para um mandato de um ano, em conjunto com a Reserva da Biosfera do Paúl do Boquilobo, no concelho de Torres Novas, a coordenação da nova Rede Nacional de Reservas da Biosfera da UNESCO, formalizada esta tarde no Farol das Berlengas, numa cerimónia presidida pelo Primeiro-Ministro, António Costa, integrada nas comemorações do 35.º aniversário daquele Parque Natural.
Os gestores das Reservas da Biosfera do Corvo, da Graciosa, das Flores e das Fajãs de São Jorge assinaram o acordo de criação da Rede Nacional de Reservas da Biosfera da UNESCO, conjuntamente com Paúl do Boquilobo, Gerês - Xurés (Reserva Transfronteiriça Portugal/ Espanha), Berlengas/Peniche, Santana /Madeira, Meseta Ibérica (Transfronteiriça Portugal / Espanha) e Tejo - Tajo Internacional (Transfronteiriça Portugal / Espanha).
Participam também nesta Rede o Comité Nacional do MaB (Programa ‘O Homem e a Biosfera’, da UNESCO) e a Comissão Nacional da UNESCO.
A criação da Rede Nacional de Reservas da Biosfera visa promover a partilha de experiências e fomentar uma maior colaboração entre os territórios classificados, num quadro de promoção do património natural e cultural e de desenvolvimento sustentável.
Pretende ainda promover o desenvolvimento de projetos comuns, transversais à Rede e que possam ser objeto de financiamento externo.
Nesse sentido, está já em preparação uma candidatura conjunta a 3,3 milhões de euros de fundos do EEA Grants - Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu.
Atualmente, a Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO integra 669 sítios, em 120 países.
As Reservas da Biosfera são zonas dos ecossistemas terrestres, costeiros e marinhos reconhecidas internacionalmente e concebidas para responder ao desafio de conciliar a conservação da natureza com a procura de um desenvolvimento económico e social e a manutenção dos valores culturais associados.
Os Açores, onde se encontram quatro das 10 Reservas da Biosfera existentes em Portugal, são uma das duas únicas regiões do Mundo que possuem todas as classificações atribuídas pela UNESCO, sendo a outra a região de Jeju, na Coreia do Sul.
Apenas três dos 195 países membros da UNESCO possuem o pleno das classificações atribuídas por esta organização das Nações Unidas, designadamente ‘Património Mundial’, ‘Reserva da Biosfera’ e ‘Geoparque’, sendo que os Açores, além destas, também possuem a classificação internacional Ramsar, atribuída a zonas húmidas, e a que a UNESCO está associada.
Ao abrigo da Convenção de Ramsar, a Região tem 13 sítios classificados, nomeadamente as lagoas das Fajãs dos Cubres e da Caldeira de Santo Cristo (S. Jorge), a Caldeira da Graciosa, a Caldeira do Faial, o Caldeirão do Corvo, os complexos vulcânicos das Furnas, das Sete Cidades e do Fogo (S. Miguel), os ilhéus das Formigas, o recife Dollabarat, o Planalto Central da Terceira (Furnas do Enxofre e Algar do Carvão), o Paul de Praia da Vitória (Terceira) e os planaltos Central das Flores (Morro Alto), Central de S. Jorge (Pico da Esperança) e Central do Pico (Achada).
Ao nível do Património Mundial, Cultural e Natural, nos Açores existem duas áreas classificadas como Património Mundial da UNESCO, que são o Centro Histórico de Angra do Heroísmo, na Terceira, e a Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da Ilha do Pico.
Por outro lado, o Geoparque Açores é único no mundo por possuir 121 geossítios em nove ilhas, abrangendo todo um arquipélago.
A Conferência das Nações Unidas para a criação de uma organização educacional e cultural foi convocada em Londres em 1945, tendo 37 países assinado a 16 de novembro a carta que estabeleceu a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Em 1968, a UNESCO organizou a primeira conferência intergovernamental com o objetivo de harmonizar ambiente e desenvolvimento, que atualmente é designado como 'desenvolvimento sustentável', da qual resultou a criação do programa MaB.