O Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Alonso Miguel, assinalou, na Alagoa, na Agualva, ilha Terceira, a Noite Internacional dos Morcegos, no âmbito da 26.ª edição da campanha de sensibilização europeia, promovida pelo Secretariado do Acordo EUROBATS – Acordo para a Conservação das populações de morcegos europeus.
O governante referiu que “esta ação simbólica, que contou com atividades em todas as ilhas do arquipélago e para toda a população dos Açores, teve por objetivo estimular a curiosidade e promover o conhecimento dos Açorianos em relação a estas espécies protegidas, procurando dar a conhecer o seu importante papel ecológico, nomeadamente ao nível do controle de pragas de insetos, uma vez que se alimentam de insetos voadores como, por exemplo, traças, besouros, mosquitos e térmitas”.
“A atividade consistiu num convite a ouvir os morcegos, através de um detetor de ultrassons, um aparelho que nos possibilita ouvir os sons emitidos por estas espécies, que nos permitem identificar o comportamento e a espécie detetada, na companhia de vigilantes da natureza, que explicam as ações de monitorização e proteção que estes profissionais implementam nos Açores”, disse.
O Secretário Regional explicou que “embora no mundo existam cerca de 1400 espécies de morcegos, das quais 25 foram identificadas em Portugal continental, nos Açores são conhecidas apenas duas espécies de morcegos, o morcego dos Açores (Nyctalus azoreum), que é o único mamífero endémico dos Açores e cuja distribuição mundial se restringe às ilhas dos grupos Central e Ocidental do arquipélago dos Açores, e o morcego da Madeira (Pipistrellus maderensis), que é endémico da Madeira, mas que está presente também nas Canárias e nos Açores, nomeadamente nas ilhas da Flores, Corvo, Pico, São Jorge, Graciosa e Santa Maria. Ambas as espécies estão protegidas pela Convenção de Berna, Diretiva Habitats, Convenção de Bona, Acordo EUROBATS e também pelo Regime Jurídico de Conservação da Natureza e Proteção da Biodiversidade dos Açores em vigor na Região”.
De acordo com Alonso Miguel, o censo destas espécies é coordenado pela Direção Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, sendo o trabalho de campo executado pelas equipas de Vigilantes da Natureza e técnicos dos Serviços de Ambiente e Alterações Climáticas de cada ilha, para o qual receberam formação específica, com o objetivo de monitorizar estas espécies protegidas, e cujos dados são reportados nos relatórios nacionais da Diretiva Habitats.
Alonso Miguel aproveitou a ocasião para anunciar que “atendendo à importância destas espécies e não existindo na comunidade científica atualmente projetos de investigação nos Açores neste domínio, a Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, no âmbito do projeto LIFE IP AZORES NATURA, tem uma ação dirigida especificamente ao estudo e proteção dos morcegos, que irá culminar com a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação do Morcego dos Açores”.