Enquadramento
A investigação acerca dos edifícios de consumo de energia e emissões de carbono zero ou quase zero ‘Near Zero-Energy Buildings’ (NZEBs) intensificou-se, e a União Europeia publicou em 2010 a reformulação da Diretiva relativa ao Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), cujo objetivo é garantir que em todos os Estados Membros até ao final de 2020 todos os novos edifícios sejam de necessidades quase nulas de energia, sendo a redução da energia neste domínio uma prioridade no âmbito dos objetivos 20-20. A EPBD coloca os NZEBs como a futura meta a atingir pelos edifícios e define-os como “(…)um edifício que tem um elevado desempenho energético, determinado de acordo com o Anexo I deste documento. As necessidades de baixo consumo de energia requeridas devem ser significativamente satisfeitas através de fontes de energia renovável, incluindo energia renovável produzida no local (on-site) ou nas proximidades (off-site).”
Os edifícios com elevada eficiência energética especialmente atingida através de medidas passivas são indicados atualmente como fundamentais para se atingir os edifícios de consumo quase zero (NZEBs). Considera-se assim, que a introdução de medidas passivas é a metodologia mais eficaz para efetivamente contribuir para a diminuição das emissões de carbono e do consumo de energia no setor da construção em geral e em particular no dos edifícios.
O conceito da Passive House (PH) é um “game changer” subjacente a este discurso no que diz respeito à forma de construir novo ou de reabilitar (ENERPHIT, standard PH para a reabilitação) assenta sobre 5 princípios: Bom nível de isolamento térmico da envolvente opaca; Minimização das pontes térmicas; Estanquidade ao ar; Ventilação Mecânica com recuperação de energia; e Envidraçados de Alto Desempenho. Contudo, conceito PH não é exclusivamente adaptável ao centro e norte da Europa, mas a qualquer tipologia (residencial, escolar, etc..), sistema construtivo ou clima. Para países com clima temperado ou quente e húmido, em que o arrefecimento e a desumidificação é o maior desafio, o conceito PH também dá resposta e soluções. Como consequência deste modo de construir e reabilitar, surgem 5 efeitos excecionais: excelente qualidade do ar interior; conforto térmico sem assimetrias (normalmente associadas aos envidraçados e pontes térmicas); reduzido consumo energético; ausência de anomalias de origem Termo higrométrica; durabilidade e qualidade da construção.
O conceito Passive House, após 25 anos da construção do primeiro conjunto de casas passivas e de mais de 42.000 edifícios construídos ao abrigo deste conceito, continua a evoluir e a mudar a forma como concebemos, planeamos e construímos edifícios. Recentemente a expansão e a adaptabilidade da metodologia Passive House a diferentes climas e tipologias construtivas têm evoluído de forma exponencial, impulsionado pela preocupação do uso racional da energia e da sustentabilidade da construção.
O modo como se processa a forma de construir ao abrigo do conceito Passive House não é mais do que a forma otimizada no nosso exercício enquanto engenheiros e arquitetos.
Objetivos Gerais
A ação promovida, na qual será tratado este tema de forma pragmática, com abordagem às questões de detalhe, pormenorização, planeamento, estimativa de custos, tem os seguintes objetivos principais:
- Adquirir conhecimento sobre os principais conceitos associados ao comportamento térmico dos edifícios e princípios de construção bioclimática.
- Conhecer as principais exigências e critérios da metodologia Passive House com vista ao desenvolvimento de projeto térmico de edifícios de elevado desempenho energético.
- Conhecer de forma detalhada o algoritmo de cálculo – balanço térmico – pelo conceito Passive House.
- Desenvolver um caso de estudo acompanhado para consolidar os conhecimentos adquiridos no âmbito desta ação.
Formulário de inscrição
Folheto do curso (atualizado em 17-10-2016)