O subsecretário Regional das Pescas presidiu, hoje, à cerimónia de assinatura de protocolos de cooperação com o Instituto do Mar e com a Empresa SeaExpert para implementação de um projecto inovador de aquicultura de cracas no canal Faial/Pico.
O acordo assinado com o Instituto do Mar visa a concessão de uma comparticipação de 88 mil euros à realização de um estudo para determinar o efeito combinado entre a variação da textura da superfície dos dispositivos e da presença de conspecificos no processo de fixação/recrutamento natural das larvas de craca e apurar os limites de profundidade mais indicados para a colocação dos dispositivos de cultura, tendo em consideração a fixação das larvas e as taxas de crescimento e de mortalidade.
Pretende, ainda, esclarecer aspectos relacionados com a biologia da espécie, e estudar o impacte ambiental previsto na fase comercial com as estruturas planeadas.
O protocolo assinado com a empresa SeaExpert, que prevê a atribuição de um subsídio de 40 mil euros, visa a execução do projecto experimental de produção de cracas em aquicultura.
Na assinatura de ambos os acordos, Marcelo Pamplona sublinhou que a Europa olha, hoje, com preocupação para o sector das pescas, visto que a ideia de que os recursos pesqueiros eram inesgotáveis foi substituída pela constatação que “a sua rarefacção a um ritmo acelerado é uma realidade nas zonas onde existe pesca intensiva”.
Apesar de, nas águas dos Açores, se ter preservar os recursos “é chegado o momento de se equacionar a introdução da aquicultura Região, isto como forma a servir de complemento à actividade da pesca com produtos do mar que são típicos da nossa especificidade”, considerou.
Segundo alegou, "a dimensão económica desta fileira pode contribuir para a criação de novos nichos da nossa economia, ou seja, pode contribuir para a criação de emprego, para uma utilização mais eficiente dos recursos locais e para a criação de oportunidades de investimento produtivo".
Para o subsecretário regional das Pescas, a introdução da aquicultura nos Açores deverá assentar em três objectivos primordiais - a da criação de emprego seguro a longo prazo, a disponibilização aos consumidores produtos saudáveis, seguros e de boa qualidade e a garantia de que se trata de uma actividade válida do ponto de vista ambiental.
O Governo Regional pretende, na área da aquicultura, promover a investigação e o desenvolvimento tecnológico, a médio e longo prazo, de forma a criar mais riqueza nos Açores, acrescentou, sublinhando a importância de serem “os investidores privados o motor do desenvolvimento do sector”.
À Administração Regional competirá “garantir que a viabilidade económica será compatível com o respeito do ambiente e da boa qualidade dos produtos", declarou.