Texto integral da intervenção do Vice-Presidente do Governo, Sérgio Ávila, proferida sexta-feira, na Praia da Vitória, no encerramento do Campeonato Regional das Profissões:
“Permitam-me que, no encerramento desta festa da formação que é o Campeonato Regional das Profissões, me dirija, em primeiro lugar, aos jovens aqui presentes.
Independentemente dos resultados que dentro em breve serão anunciados, disputaram com lealdade as provas e esforçaram-se ao máximo, dando o seu melhor.
É exatamente isto que esperávamos e é exatamente esta atitude que os Açores desejam que mantenham ao longo das vossas vidas.
Nos próximos anos irão passar por – digamos assim – vários campeonatos: o campeonato do 1.º emprego, o campeonato do contínuo aperfeiçoamento profissional e, quem sabe, o campeonato de criar a vossa própria empresa.
Faço votos de que tenham sucesso em todos eles, a bem da construção de um futuro que vos faça felizes e, ao mesmo tempo, contribua para o bem de todos os Açorianos.
Em segundo lugar, quero agradecer aos formadores que atuaram como membros dos júris, contribuindo para o êxito deste campeonato com os seus saberes e com um espírito de partilha que é justo destacar.
A Região tem feito um grande investimento, ao longo dos últimos anos, nas instalações das escolas profissionais e nos seus equipamentos, mas aos formadores tem cabido um papel preponderante no sucesso que a formação realizada nos Açores tem alcançado ao nível nacional e internacional.
Ao longo dos últimos anos, a Região consolidou a sua aposta no ensino profissional, tendo mantido um número médio de cerca de 3.000 jovens em formação todos os anos.
Essa aposta está ganha – e quem ganhou foram os jovens Açorianos que completaram o ensino secundário ao mesmo tempo que aprendiam uma profissão.
O investimento total que o Governo dos Açores destinou à formação só nos últimos sete anos foi superior a 86 milhões de euros.
E, mesmo antes de operacionalizar o novo quadro comunitário, o Governo dos Açores assegurou, ao contrário do que se verificou no resto do país, que a formação profissional continuasse sem qualquer tipo de quebra, garantindo o necessário financiamento, em conjunto com as escolas profissionais da Região, num valor total de 36,8 milhões de euros, assumindo os respetivos encargos financeiros.
Este 21.º Campeonato Regional das Profissões tem um especial significado para nós porque é fruto de um duplo desafio.
O primeiro é o desafio da sua própria realização, pois os Açores são a única região do país onde está a decorrer um campeonato regional.
Isto só é possível porque temos escolas profissionais muito empenhadas e que colaboraram ativamente na sua organização, o que nos permitiu ultrapassar todas as dificuldades que foram surgindo.
Nunca é demais lembrar que, para o Governo Regional, a parceria com as escolas profissionais é de suma importância e indispensável em qualquer projeto de desenvolvimento.
Presentemente, por exemplo, para o crescimento significativo do turismo nos Açores, temos procurado dar uma resposta adequada ao nível da formação de profissionais que trabalham nas diferentes empresas deste setor – resposta essa que conta com o contributo indispensável das nossas escolas.
No futuro iremos deparar-nos com novas oportunidades, certamente em outros setores, e só poderemos aproveitá-las se pudermos contar com uma população altamente qualificada.
O segundo desafio é o de continuar a fazer crescer este campeonato, abrangendo cada vez mais profissões e, consequentemente, mais concorrentes de todo o arquipélago.
No último campeonato, em 2014, havia oito profissões a concurso. Agora estiveram 11.
Em 2014 participaram 38 concorrentes, agora 48.
Em 2014 eram 26 jurados, este ano 33.
De comum, em todos os campeonatos já realizados, a cultura de valorização do mérito e do aperfeiçoamento constante, do saber fazendo e do fazer sabendo.
Foi o resultado do trabalho desenvolvido quotidianamente nas nossas escolas profissionais que encontrámos neste campeonato e que se consagra nesta cerimónia de encerramento, a qual nos permite, também, reforçar a convicção de que o futuro é promissor.
Queremos ser uma Região mais produtiva, mais competitiva e mais moderna, e sabemos que temos a matéria-prima indispensável.
Temos jovens qualificados, competentes, ambiciosos, e estamos à espera de que terminem a sua formação para lhes oferecer um estágio profissional com uma duração até 18 meses, através do programa ESTAGIAR T.
Todos os anos o investimento associado ao Estagiar T é de cerca de 3,6 milhões de euros, porque sabemos que é importante acompanhá-los enquanto dão os primeiros passos na sua carreira profissional para termos a certeza de que os Açores estarão em boas mãos quando chegar a altura de assumirem a condução do destino da Região.
Este tem sido, por excelência, o programa que permite a transição dos jovens que completaram o seu curso profissional para o mundo do trabalho.
Desde que o Governo Regional disponibiliza esta primeira resposta, possibilitou que 6.680 jovens Açorianos iniciassem assim a sua inserção no mercado de trabalho.
Complementarmente, criámos o Programa de Incentivo à Inserção do Estagiar L e T, abreviadamente designado por PIIE, que tem por objetivo o apoio à transição para o mercado de trabalho de jovens que se encontrem a terminar o seu estágio no âmbito do programa Estagiar L e T.
No âmbito desse programa, que concede um apoio financeiro às entidades empregadoras que procedam à contratação, com ou sem termo, e a tempo completo, de estagiários do programa Estagiar L e T, já celebraram contratos de trabalho 1.094 jovens estagiários.
Termino felicitando os nossos campeões e desejando-lhes muita boa sorte na missão que lhes cabe de, em maio, em Coimbra, representarem a Região no Campeonato Nacional das Profissões.
Os nossos representantes sabem que os Açores têm sido, desde 2004, a região do país que mais medalhas tem conquistado em relação ao número de concorrentes e que, dos campeonatos internacionais, têm sempre trazido Medalhas de Excelência.
Já são 96, no conjunto dos campeonatos nacionais e internacionais – 80 a nível nacional e 16 a nível internacional, o que é notável – mas é importante referir que a conquista de medalhas não é o objetivo da formação profissional.
O grande objetivo, como aqui já referi, é o de proporcionar qualificações que permitam aos jovens de hoje serem, no futuro próximo, os melhores possível em cada área profissional.
É por isso que, aos campeões que representarão os Açores em Coimbra, nada mais exigimos do que aquilo que demonstraram aqui: esforço, lealdade, profissionalismo.
É quanto basta para deixar os Açores orgulhosos dos seus jovens profissionais.”