Obra de conceção-construção do Centro de Operação de Dados do SST deve arrancar em março, adianta Gui Menezes
O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia adiantou hoje que a obra para adaptação do espaço cedido pela Região no TERINOV - Parque de Ciência e Tecnologia da Terceira, com vista à instalação do Centro de Operação de Dados da rede portuguesa do programa europeu Space Surveillance and Tracking (SST) deve arrancar no início de março, num investimento de cerca de 375 mil euros.
Gui Menezes considerou que este projeto “vai criar condições para que sejam desenvolvidos negócios e parcerias na área de investigação científica, com base nos dados processados”.
O Secretário Regional, que falava, na Horta, à margem da assinatura do contrato com a empresa Tecniprisma Engenharia Lda. para a execução da obra de conceção-construção do Centro de Operação de Dados do SST, apontou ainda “a fixação de recursos humanos qualificados” como “uma importante mais-valia” deste projeto.
“Este projeto vai permitir, numa primeira fase, criar oito novos empregos muito qualificados”, referiu Gui Menezes.
A empreitada prevê a adaptação de duas salas do edifício do TERINOV, de modo a que sejam criadas condições que garantam, por um lado, a reserva absoluta de dados que possam ser considerados de interesse estratégico para Portugal e, por outro, a implementação de um conjunto de alterações que permitam estabelecer regras operacionais de caráter obrigatório em infraestruturas deste género e que resultam de recomendações do Gabinete Nacional de Segurança.
Em dezembro de 2018, Governo dos Açores publicou em Jornal Oficial uma resolução que autorizou a cedência de utilização de dois espaços do TERINOV ao Ministério da Defesa Nacional para instalação do Centro Nacional de Operação de Dados dedicado ao programa europeu SST.
Este empreendimento é financiado na íntegra por verbas do Orçamento da Região, no âmbito do Plano de Investimentos para 2020.
O consórcio SST integra, a nível europeu, oito países, entre os quais Portugal, e visa garantir à Europa independência e soberania na monitorização dos objetos que, deslocando-se em órbitras próximas à Terra, possam constituir um perigo real para as infraestruturas espaciais (satélites europeus), as missões de acesso e deslocamento no Espaço e para a segurança dos cidadãos por via da sua (re)entrada na atmosfera.
Segundo o Secretário Regional, com a participação dos Açores na rede nacional do SST, que é assegurada pela Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço, pretende-se “o desenvolvimento na Região de competências industriais no setor do espaço com elevado impacto em termos de capacitação técnica”.
Gui Menezes salientou ainda que a fixação deste Centro de Operação de Dados na Região constitui “um importante acesso a uma fonte de financiamento europeu para a operação de infraestruturas, bem como para a criação de novas competências relacionadas com a observação do Espaço e a análise de dados”.
O SST enquadra-se na Estratégia de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente e a sua edificação na Região deverá garantir a articulação com outros programas e projetos já em desenvolvimento ou a serem criados nos Açores, na medida em que vai permitir integrar capacidade de processamento de dados em áreas tecnologicamente diferenciadas.