Ilha de São Miguel
HISTÓRIA
O seu povoamento inicia-se em 1444, depois de o Infante D. Henrique ter mandado lançar gado em sete das ilhas do arquipélago. A sua capitania foi entregue a Gonçalo Velho, cavaleiro e frade da Ordem de Cristo. Os primeiros habitantes provieram das províncias da Estremadura, Alto Alentejo e Algarve, vindo juntar-se, mais tarde, madeirenses, judeus e mouros e, possivelmente, franceses (tradição presente no nome da freguesia da Bretanha).
A fertilidade do solo, a posição geográfica entre a Europa, a África e a América contribuem para uma rápida expansão económica, centrada no cultivo do trigo (que se exportava para as guarnições portuguesas das praças do Norte de África), da cana-de-açúcar, das plantas tintureiras pastel e urzela (exportadas para a Flandres), no vinho e nos lacticínios. Um século mais tarde, a batata-doce, o milho, o inhame, o linho e a laranja ampliam a produção agrícola da ilha.
Vítima de ataques de corsários franceses, ingleses e argelinos durante o final do séc. XVI e parte do séc. XVII, São Miguel é ocupada por tropas espanholas em 1582, depois da derrota, frente a Vila Franca do Campo, de uma esquadra francesa, em que combatiam também portugueses, de apoio a D. António, Prior do Crato, pretendente ao trono português. Com a Restauração, em 1640, São Miguel recupera a sua posição de centro comercial desenvolvendo contactos com o Brasil, para onde seguem colónias de emigrantes.
A laranja, exportada para Inglaterra, traz a São Miguel, desde o final do séc. XVIII, uma grande prosperidade.
Uma doença extermina os laranjais a partir de 1860, mas, em breve, a capacidade de iniciativa local introduz novas culturas - tabaco, chá, espadana, chicória, beterraba sacarina e ananás que garantem a sobrevivência económica e a que vêm juntar-se, com o correr dos anos, indústrias diversas, o incremento da pesca e da pecuária.
Hoje São Miguel, um dos centros de decisão política e administrativa da Região, é uma ilha com uma economia diversificada e em franco progresso.
GEOGRAFIA
São Miguel, a maior ilha do arquipélago dos Açores, tem uma superfície de 759,41 Km2, com 65 km de comprimento e 16 km de largura máxima. A ilha é composta por dois maciços vulcânicos separados por uma cordilheira central de baixa altitude. O ponto mais alto, Pico da Vara, com 1080m, situa-se no maciço oriental. As grandes crateras das Sete Cidades, Fogo e Furnas apresentam maravilhosas lagoas.
Está situada a 25º 30’ de longitude oeste e 37º 50’ latitude norte.
GASTRONOMIA
Caldeirada de peixe
Cozido das Furnas
Mariscos
Ananás
Queijos
Licores
Chá
Bolo Lêvedo
FESTIVIDADES
FESTA DO ESPÍRITO SANTO
São festas comuns a todas as ilhas, embora divergindo em alguns pormenores de ilha para ilha e até dentro da própria ilha. Á volta de cada ilha todas as freguesias têm uma capela, chamada "Império", com a respectiva irmandade. São consideradas as festas religiosas mais características de toda a etnologia insular.
Localização: Todo o arquipélago
Datas: De Maio a Setembro, com especial ênfase no 7º domingo depois da Páscoa
Entidade responsável: Irmandades dos Espírito Santo
FESTA DO SENHOR SANTO CRISTO DOS MILAGRES
Realiza-se todos os anos na ilha de S. Miguel, no 5º Domingo da Páscoa, e tem a duração de três dias, nos quais a imagem do Senhor Santo Cristo é venerada, o que já acontece há mais de 400 anos, no convento da Esperança em Ponta Delgada. Além das manifestações religiosas que caracterizam estes dias festivos, há também manifestações culturais e desportivas.
Localização: Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel
Datas: 5º Domingo depois da Páscoa
Entidade responsável: Irmandade Senhor Santo Cristo dos Milagres
CAVALHADAS DE S.PEDRO
As Cavalhadas de S. Pedro realizam-se anualmente na Ribeira Grande. Um "Rei", ou "Maioral", Cavaleiros, Lanceiros, Despenseiros e Corneteiros vestidos de trajes coloridos, montados em luzidios cavalos, desfilam pelas ruas na manhã do dia de S. Pedro.
Localização: Freguesia da Ribeira Seca, concelho da Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel
Datas: 29 de Junho
Entidade responsável: Comissão de festas
LOCAIS A VISITAR
SETE CIDADES
No extremo ocidental da ilha de S. Miguel, o esmeraldo anil duma lagoa lembra lendas inúmeras de Sete Bispos e Sete Cidades consumidas pelo fogo de Sete Vulcões.
LAGOA DO FOGO
No centro da ilha de S. Miguel, descendo por um tapete de macia leiva até uma praia de areias espantosamente brancas, uma enorme cratera, ladeada pelo mar de um profundo azul a norte e brilho a sul, esconde a longa e oval Lagoa do Fogo.
FURNAS
Hidrópole universal, com uma lagoa rasgada por entre jardins e florestas que nos fazem lembrar os contos de embalar das nossas avós, de génios e fadas povoados, flores, muitas flores, água, águas minerais, termais, água que se recomenda para toda e qualquer maleita, que nos rejuvenesce e consola a alma.
NORDESTE
Oriental reino do Pico da Vara, onde "nordesta" a porção menos conhecida, mas quiçá melhor preservada, mais florida e mais encantadora da ilha.
ILHÉU DE VILA FRANCA
Situado nas proximidades da Vila Franca do Campo, é uma Reserva Natural que dista cerca de 1km da costa, existindo transporte regular sobretudo no Verão para quem o queira visitar.