Ilha do Faial
História
Ilha da Ventura das antigas cartas e portulanos e, na altura do seu descobrimento por navegadores portugueses, ilha de S. Luís, teve como primeiro habitante, reza a lenda, um eremita que nela se refugiou do mundo.
Mais tarde, Josse van Hurtere, flamengo de posses, desembarca na ilha, onde habitavam povoadores vindos de Portugal, acompanhado por mais quinze compatriotas, em procura de estanho e da prata de que se dizia existirem filões na ilha. As primeiras sondagens provam o erro e causam o insucesso da viagem. Entusiasmado, contudo, com a ilha e a sua fertilidade, van Hurtere não desiste.
Com a intercessão da duquesa de Borgonha, filha do rei D. João I, obtém, em 1468, a carta de donatário da ilha e o direito de trazer da Flandres, flagelada pela Guerra dos Cem Anos, mais colonos. Estes fixam-se na freguesia dos Flamengos, que recorda com o seu nome os primeiros povoadores, e, posteriormente, na área da Horta.
A ilha prospera com a agricultura e a exportação da planta tintureira pastel.
Em 1583, na continuação da ocupação dos Açores, iniciada com o desembarque na ilha Terceira, uma frota espanhola dirige-se ao Faial. Um corpo de homens de armas desembarca no Pasteleiro e trava uma luta com os defensores, reforçados por soldados franceses, acabando por conquistar a ilha. Seguem-se os corsários ingleses que causam grandes danos, e o sismo de 1672, que provocou importantes destruições.
No séc. XIX o Faial participou ativamente nas lutas que opõem os liberais aos absolutistas, acabando por decidir-se a favor dos primeiros, vindo a receber a vista de D. Pedro IV em 1832. Para além de valorosos combatentes, o Faial contribuiu para a causa liberal com um arsenal que serviu para abastecer a frota que viria a desembarcar no Mindelo. A sua posição no Atlântico e a existência de um porto abrigado atrai, até cerca de 1860, os navios do comércio da laranja e os baleeiros americanos que vinham reabastecer-se. No séc. XX o Faial é um importante centro das ligações por cabo submarino e participa nos primeiros passos da aviação.
O Faial hoje é uma ilha em desenvolvimento, com uma economia baseada na agricultura, pecuária, lacticínios, pesca e comércio.
GEOGRAFIA
Com a forma de um pentágono irregular e a área de 173,42 Km2, a ilha do Faial tem 21 Km de comprimento e 14 Km de largura máxima. Dominada pelo cone vulcânico da Caldeira, que se espraia em declives suaves interrompidos por formações vulcânicas secundárias, a ilha tem a sua altitude máxima no Cabeço Gordo, com 1043 m.
GASTRONOMIA
Sopas do Espírito Santo c/ massa sovada
Linguiça com inhames
Molha de carne
Morcela
Torresmos de vinha d'alhos
Polvo guisado com vinho de cheiro
Caldeirada de peixe
Lapas de molho Afonso
Arroz de lapas
Queijo
Fofas
Arroz doce
Bolo de milho
FESTIVIDADES
FESTA DO ESPÍRITO SANTO
São festas comuns a todas as ilhas, embora divergindo em alguns pormenores de ilha para ilha e até dentro da própria ilha. Á volta de cada ilha todas as freguesias têm uma capela, chamada "Império", com a respectiva irmandade. São consideradas as festas religiosas mais características de toda a etnologia insular.
Localização: Todo o arquipélago
Data: De Maio a Setembro, com especial ênfase no 7º domingo depois da Páscoa
Entidade responsável: Irmandades dos Espírito Santo
FESTA DE S. JOÃO
São João é um dos Santos padroeiros de mais devotos e é por isso que 24 de Junho lhe é totalmente dedicado. A origem destas festas data da colonização da ilha Terceira, feita por fidalgos e sendo S. João o patrono da fidalguia portuguesa, os nobres que ali estavam instalados construíram uma ermida ao santo para celebrarem as comemorações religiosas.
Localização: Ilhas Terceira, Flores e Faial
Data: 24 de Junho
Entidade responsável: Comissão de festas
FESTA NOSSA SENHORA DAS ANGÚSTIAS
Esta festa realiza-se todos os anos, sendo considerada a maior festa religiosa da ilha do faial. Data da época do povoamento este culto à Nossa Senhora das Angústias, cuja primitiva ermida em honra da Nossa Senhora foi mandada construir por D. Brites de Macedo, onde coloca a imagem de Nossa Senhora das Angústias trazida da Flandres.
Localização: Freguesia das Angústias, Concelho da Horta, Ilha do Faial
Data: 6º domingo depois da Páscoa
Entidade responsável: Comissão de festas
SEMANA DO MAR
Realiza-se ao longo de uma semana com atuação de grupos musicais vindos do continente e de outras ilhas e também de filarmónicas, grupos folclóricos e etnográficos da ilha. Exposições de artesanato, feira do livro. Realizam-se ainda diversas provas desportivas de várias modalidades na baía da Horta, Canal e Praia de Porto Pim.
Localização: Horta
Data: 1ª semana de Agosto
Entidade responsável: Comissão da Semana do Mar
LOCAIS A VISITAR
VULCÃO DOS CAPELINHOS
Com a erupção vulcânica de 1957/58 no extremo ocidental da ilha do Faial na freguesia do Capelo, a área da ilha é aumentada em cerca de 2,4 km2.
CALDEIRA
Cone vulcânico que domina a ilha. No cume, ampla e funda cratera de 1.450m de diâmetro e 400m de profundidade, revestida de cedros, zimbros, faias, fetos e musgos, parte dos quais são significativos exemplares da vegetação primitiva da ilha.
MARINA DA HORTA
Inaugurada a 3 de Junho de 1986 é a primeira marina construída nos Açores. Para além de ser espaço que alberga todos aqueles que cruzam o Atlântico por mar, as suas paredes apresentam um colorido diferente, fruto da imaginação e engenho de todos aqueles que por ali passam.