Ilha de São Jorge
HISTÓRIA
O descobrimento e povoamento da ilha estão envoltos em mistério. A primeira referência a São Jorge data de 1439 e sabe-se que, cerca de 1470, quando já existiam núcleos de colonos nas costas oeste e sul e a povoação de Velas fora fundada, veio para a ilha o nobre flamengo Wilhelm Van der Haegen, que, no Topo, criou uma povoação onde veio a morrer, com fama de grandes virtudes, já com o seu nome traduzido para Guilherme da Silveira. Rápido deve ter sido o povoamento da ilha, com gentes vindas do Norte do continente, bem como a sua prosperidade, pois a sua capitania era doada, em 1483, a João Vaz Corte Real, donatário de Angra, na Terceira, e Velas recebia foral de vila antes do final do séc. XV. Topo era sede de concelho em 1510 e Calheta em 1534, demonstrando a vitalidade de uma economia que, além da vinha e do trigo, tinha no cultivo do pastel e na colheita da urzela, exportados para a Flandres e outros países da Europa, e usados na tinturaria, as suas principais produções. A crise dinástica provocada pela subida ao trono de Portugal do rei Filipe II de Espanha teve os seus reflexos em São Jorge, que, como a ilha Terceira, tomou o partido do pretendente D. António, Prior do Crato, só vindo a capitular frente aos espanhóis após a queda da Terceira, em 1583. Segue-se um período de séculos em que a ilha se mantém quase isolada, o que se deve atribuir ao abrigo precário que os seus portos ofereciam aos navios, à sua limitada importância económica Mesmo assim é sujeita a ataques de corsários ingleses e franceses durante os séc. XVI e XVII e às devastadoras razias dos piratas turcos e argelinos. No final do séc. XVI, uma secção da esquadra sob o comando do conde Essex desembarca na enseada da Calheta. Para a repelir os habitantes arremessam pesadas pedras - únicas armas de que dispunham - e um soldado chamado Simão Gato acomete o oficial da força inimiga, derruba-o e arranca-lhe a bandeira. No séc. XVIII, o corsário francês Du-Gnay-Trouin pilha São Jorge e, no ano de 1816, um corsário argelino que procurava apoderar-se de um navio mercante, é rechaçado pelos tiros da fortaleza da Calheta. Outras calamidades afligem São Jorge. São as privações e crises de alimentos em maus anos de colheita, desde o séc. XVI ao séc. XIX, os sismos e erupções vulcânicas de 1580, 1757 e 1808. O isolamento do passado tem vindo a ser quebrado com as obras realizadas nos dois principais portos - Velas e Calheta - e o aeroporto, abrindo a São Jorge novos horizontes de prosperidade e progresso, para o que conta com a integral utilização dos seus recursos naturais, a expansão da pecuária e dos lacticínios, da pesca e da indústria de conservas.
GEOGRAFIA
Ilha alongada que com 56 Km de comprimento apenas 8 Km de largura máxima. São Jorge tem uma área de 246 Km2. Criada por sucessivas erupções vulcânicas em linha recta, de que restam crateras, a sua plataforma ventral tem a altitude média de 700 m, com o ponto mais elevado a 1067m. A costa, escarpada e quase vertical, sobretudo a norte, é interrompida por pequenas superfícies planas costeiras – as fajãs. Está situada a 28º 33’ de longitude oeste e a 38º 24’ de latitude norte.
GASTRONOMIA
Queijo
Espécies
Torresmos de porco
Molha de carne
Caldeirada de congro
Inhames com linguiça
Bolo de véspera
Rosquilhas
Aguardente de nêspera e angelica
FESTIVIDADES
FESTA DO ESPÍRITO SANTO
São festas comuns a todas as ilhas, embora divergindo em alguns pormenores de ilha para ilha e até dentro da própria ilha. Á volta de cada ilha todas as freguesias têm uma capela, chamada "Império", com a respectiva irmandade. São consideradas as festas religiosas mais características de toda a etnologia insular.
Localização: Todo o arquipélago
Datas: De Maio a Setembro, com especial ênfase no 7º domingo depois da Páscoa
Entidade responsável: Irmandades dos Espírito Santo
FESTIVAL DE JULHO
Durante quatro dias a Calheta anima-se com desfiles etnográficos, concertos de música popular, provas desportivas, exposições, entre outras atividades.
Localização: Calheta
Datas: Segunda quinzena de Julho
Entidade Responsável: Comissão de Festas
SEMANA CULTURAL
Festa de carácter popular que anima na 1ª semana de Julho os dias da população do concelho, com múltiplas atividades, tais como: música popular, desportos, regatas, gastronomia regional e muito mais.
Localização: Velas
Datas: 2 a 8 de Julho
Entidade responsável: Comissão de festas
LOCAIS A VISITAR
FAJÃS
Locais de rara beleza, que em virtude do seu microclima se tornaram em locais férteis, estendem-se pelos dois lados da ilha. De salientar a Fajã da Caldeira de Santo Cristo na Ribeira Seca com uma gruta submarina e uma lagoa onde se criam amêijoas.