O Secretário Regional da Educação e Cultura defendeu hoje, na Horta, que a escola “é necessariamente um dos mais privilegiados areópagos da política”, dado que também lhe cabe a formação de cidadãos que “hão de assegurar o pleno funcionamento da democracia”.
“A escola é necessariamente um dos mais privilegiados areópagos da política, porque lhe cabe a formação de profissionais e, eventualmente, de cientistas, mas, acima de tudo, porque lhe cabe a formação de cidadãos que hão de assegurar o pleno funcionamento da democracia”, afirmou Avelino Meneses na sessão de abertura do Parlamento Jovem/Ensino Básico.
Na sua intervenção, o Secretário Regional da Educação e Cultura salientou, no entanto, que a política e, no caso do mundo ocidental e europeu, a democracia, “padece de um sério mal” que se manifesta em período de eleições “no acréscimo da abstenção”.
Para Avelino Meneses, trata-se de “uma demissão inadmissível contra a participação indispensável”, reveladora, por sua vez, “de extremismos normalmente originários de guerra, jamais de paz, de atraso, jamais de progresso”.
Nesse sentido, considerou que a politica, para recuperar a sua vitalidade, tem de fazer “a reconquista da população, entretanto caída nas teias do desinteresse, eventualmente da repulsa, perante a transformação da Respública, por culpa de todos nós, numa série de formalidades de caráter quase litúrgico”.
Essa “reconquista”, enfatizou Avelino Meneses, tem de começar “pelos mais novos para que a democracia procure exemplo na sinceridade da infância e da juventude, que conjugam na perfeição a discórdia natural, fruto da contradição das ideias, com a concórdia natural, fruto do proveito do entendimento”.
Só assim, segundo o titular da pasta da Educação, “a política e a democracia garantirão a promoção da liberdade, da igualdade e da fraternidade, levantando uma oposição tenaz ao racismo, ao preconceito e à discriminação”.
É ainda importante, frisou Avelino Meneses, que “todos, políticos e cidadãos, assumamos responsabilidade plenas”, já que “aos políticos compete a dignificação do exercício do mando” e aos cidadãos “compete o exercício de vigilância sobre os governos”, mas também a “exigência de responsabilidade às oposições para que não caiam nas malhas da demagogia”.
Na sessão do Parlamento dos Jovens que hoje teve início na sede da Assembleia Legislativa, entidade parceira, tal como o Governo dos Açores, nesta iniciativa institucional da Assembleia da República, participam cerca de seis dezenas de alunos do 2.º e do 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, oriundos de 30 escolas.