O Governo dos Açores, através das direções regionais de Prevenção e Combate às Dependências e da Juventude, apoia a realização do XIV Torneio de Futebol de Rua, que arranca hoje em Ponta Delgada.
A competição, que decorre até sexta-feira no Polidesportivo das Portas do Mar, envolve cerca de 200 jovens Açorianos, enquadrados em 14 equipas provenientes de várias ilhas do arquipélago, sendo a edição deste ano dinamizada pelo Centro Desenvolvimento e Inclusão Juvenil da Kairós – Cooperativa de Incubação de Iniciativas de Economia Solidária.
O Diretor Regional da Juventude realçou que o projeto Futebol de Rua “não é um projeto desportivo qualquer”, mas antes uma ferramenta de “promoção do desporto, de inclusão social e da participação cívica que a sociedade precisa”.
Lúcio Rodrigues, que falava terça-feira na apresentação do torneio, agradeceu à Kairós e aos parceiros que organizam a edição deste ano, mas também a “todos aqueles que dão um pouco de si, diariamente, para possibilitar a existência de projetos como o Futebol de Rua”.
O Futebol de Rua, frisou o Diretor Regional, “desmistifica os problemas da sociedade porque o desporto é um aliado do jovem e da sociedade”, lamentando que hoje em dia seja “muito mais fácil culpar os jovens de todos os problemas da sociedade, quando eles efetivamente ainda nem sequer tiveram hipótese de fazer parte do problema, quanto mais da solução”.
O Diretor Regional da Juventude destacou que, nesta competição, “não é por acaso que o prémio Fair Play é o mais apetecível”, um “sinal brutal”, considerando que os “intervenientes e protagonistas são jovens em risco de exclusão social”.
Por seu lado, a Diretora Regional da Prevenção e Combate às Dependências salientou o “caráter inclusivo da modalidade e desta competição em particular”, realçando que o torneio “promove a saúde e as capacidades dos jovens”, além de que os “faz crescer enquanto pessoas, facilitando uma vida com sentido e com projeto”.
Suzete Frias destacou que a “competência não significa ser o melhor de todos”, mas sim “conhecer os nossos próprios limites, os pontos fortes, os que necessitamos trabalhar, e aceitar aquilo que nunca seremos capazes de fazer”.
A Diretora Regional sublinhou que o Futebol de Rua “permite pertencer a uma equipa e ao conjunto de equipas do torneio, reforçando o sentimento de pertença”, uma dimensão que “valoriza o projeto”.
“Não faz mal nenhum aspirarmos a ir mais além, a superar-nos e a competição com os outros, mas sobretudo connosco próprios. É importante, todos devemos procurar ir sempre mais além, superando-nos dia-a-dia”, afirmou Suzete Frias.
Para além deste torneio regional, os Açores acolhem este ano, na cidade da Horta, em outubro, a fase final do Torneio Nacional de Futebol da Rua, que irá envolver cerca de 300 atletas, de 20 equipas de todo o país.