A Secretária Regional da Solidariedade Social revelou esta manhã, em Ponta Delgada, que o grupo técnico envolvendo todas as entidades com intervenção direta na prática da mendicidade já delineou uma proposta de intervenção para abordar a problemática de forma concertada.

Em declarações à margem da reunião, Andreia Cardoso afirmou ter constatado com satisfação que “todas as entidades que estão aqui envolvidas estão fortemente empenhadas em encontrar soluções para mitigar o problema.”

“Houve um conjunto de diligências entre a primeira reunião ocorrida no início deste mês e a de hoje”, revelou a secretária regional, adiantando que “o grupo técnico delineou aqui um conjunto de ações que veio hoje propor a este grupo mais alargado.”

De acordo com a Secretária Regional, foi possível estruturar duas grandes áreas “dirigidas a quem pede e dirigidas a quem dá.”

Assim, revelou, “no domínio das ações que são dirigidas a quem pede há uma grande prioridade que é a revisão dos planos individuais”, sendo também uma componente identificada por todos como muito importante “o reforço dos programas ocupacionais úteis”, nomeadamente trabalho agrícola ou manutenção dos espaços públicos.

“Uma área que é determinante é o envolvimento da Saúde, designadamente dos serviços de Psiquiatria e de apoio psicológico à larga maioria destas pessoas aqui envolvidas”, destacou Andreia Cardoso.

“No que diz respeito a quem dá”, a Secretária Regional adianta que “a proposta é de que seja desenvolvida uma campanha que assume várias formas e vários destinatários” no sentido de uma intervenção pedagógica junto quer dos residentes, quer dos turistas, com particular enfoque na população idosa.

O objetivo, adianta a governante, “é dissuadir as pessoas de dar ou encontrar formas alternativas de contribuir para a inclusão destes indivíduos.”

Outro aspeto importante, salientou a secretária regional, foi o envolvimento das 21 pessoas identificadas como praticantes de mendicidade neste trabalho, no sentido de “perceber o que os motiva e de eles próprios serem parte das soluções para este problema.”

O grupo técnico é constituído pelas associações Novo Dia, ARRISCA, Cáritas, Centro Social e Paroquial de S. José, Centro Social e Paroquial de S. Roque, Associação Alternativa, assim como pelo Instituto da Segurança Social dos Açores, pela Divisão de Ação Social de Ponta Delgada, Esquadra da Polícia da Segurança Pública de Ponta Delgada e Câmara Municipal de Ponta Delgada.

Está já agendada a próxima reunião, que se dedicará ao desenvolvimento e articulação das medidas agora propostas.