SOS Cagarro arranca hoje em formato online
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A campanha SOS Cagarro, a maior e mais antiga campanha de educação e conservação ambiental dos Açores, arranca hoje, pelas 17h00, nas plataformas digitais, e prolonga-se até 15 de novembro. A iniciativa, que se realiza desde 1995, visa a conservação dos cagarros, uma das aves marinhas mais emblemáticas do arquipélago, envolvendo cidadãos e várias entidades, que participam em brigadas de salvamento de juvenis que são afetados pela poluição luminosa ao saírem, à noite, dos ninhos. Devido aos constrangimentos causados pela pandemia de Covid-19, a sessão de abertura vai realizar-se em formato digital, através de um webinar que será transmitido em direto na página do Facebook da direção regional dos Assuntos do Mar. O programa inclui um balanço da campanha do ano passado e novas informações sobre a edição deste ano, sendo também abordada pela investigadora Elizabeth Atchoi, do Instituto OKEANO, a problemática da poluição luminosa, tema central do projeto LuMinAves, do qual a direção Regional dos Assuntos do Mar é entidade parceira beneficiária, juntamente com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e o Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia. O trabalho científico com aves marinhas e a organização de brigadas científicas são outros temas que serão abordados durante o webinar, marcado para as 17h00. Em outubro e novembro, os cagarros juvenis começam a abandonar os ninhos e, ao serem atraídos pelas luzes artificiais fortes, ficam desorientados, podendo cair em locais de risco de atropelamento ou de predação. Por essa razão, neste período do ano, dezenas de brigadas percorrem as estradas dos Açores, resgatando cagarros caídos que, depois de anilhados, são libertados, durante o dia, junto ao mar, onde iniciam a sua primeira grande migração anual para os mares do Atlântico Sul ou para as zonas produtivas do Atlântico Noroeste. Os cagarros, que podem viver até aos 40 anos, começam a reproduzir-se, em média, com sete ou oito anos de idade e têm uma postura de apenas um ovo por ano, sem possibilidade de efetuar postura de substituição, no caso de fracasso da incubação ou de a cria morrer durante o período de alimentação. Este ano será dada continuidade à metodologia das brigadas científicas SOS Cagarro com o objetivo de recolher informação com relevância científica. No Faial, as brigadas começam no dia 21 deste mês e terminam a 04 de novembro, podendo as inscrições ser realizadas através do Observatório do Mar dos Açores. Nas restantes ilhas, os interessados em participar devem contactar o Parque Natural da sua ilha. Os participantes nesta campanha têm à sua disposição a aplicação "SOS Cagarro Móvel", que regista automaticamente a localização GPS da queda de cada animal, facilitando a recolha dos dados. Na campanha de 2019, que contou com cerca de 3.000 voluntários e 150 parcerias, foram salvos em todas as ilhas 8.845 juvenis, tendo sido encontradas 335 aves mortas.
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