_A GRANDE VIAGEM PARA O SUL
• Assim que saem dos ninhos, os cagarros juvenis com apenas 3 meses de idade, fazem a sua primeira grande viagem de centenas de quilómetros pelo oceano Atlântico.
_ADAPTADOS A VIDA EM ALTO MAR
• São excelentes voadores, planando por entre as ondas, durante horas quase sem bater as longas e flexíveis asas. Têm umas glândulas associadas às narinas que expelem o sal da água do mar.
_VIVEM EM COMUNIDADE
• Os cagarros vivem em grupo o ano todo, em terra e no mar, onde formam agregações denominadas “jangadas” ao final da tarde. Ocorrem muitas vezes em associação com golfinhos e atuns, beneficiando da sua presença para capturar o alimento no mar a pouca profundidade.
_O CANTO
• De Março a Outubro, todas as noites é possível ouvir um pouco por todas as ilhas dos Açores o interessante som dos cagarros de regresso às colónias. Parece-se com o coaxar de uma rã ou com o miar de um gato.
_AÇORES:DESTINO PARA LUA-DE-MEL
• Todos os anos, os cagarros escolhem os Açores para namorar, acasalar e criar os filhotes desse ano. Podem fazê-lo durante trinta anos, desde que atingem a vida adulta, aos 7 anos de idade, até aos 40 anos, a longevidade máxima conhecida.
_CONSERVAÇÃO
• A população açoriana e madeirense de cagarros representa cerca de 85% da população mundial da espécie e sendo os outros 15% residentes nas Canárias e havendo alguns pares reprodutores ainda nas Ilha das Berlengas (BirdLife International, 2014). A grande maioria da população de cagarros habita o Atlântico durante a época não reprodutiva.
A espécie Calonectris borealis consta do Anexo II do Decreto Legislativo n.º 316/89 de 22 de Setembro (Convenção da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais da Europa – Convenção de Berna) e do Anexo A-I do Decreto-Lei n.º 49/2005 de 24 de Fevereiro (Directiva Habitats).
_PORQUE É TÃO IMPORTANTE PARTICIPAR NA CONSERVAÇÃO DOS CAGARROS NOS AÇORES?
São várias as ameaças à conservação desta espécie:
• a destruição do habitat de nidificação, através da introdução de plantas e animais exóticos, do crescimento urbano e da rede de estradas litorais;
• a captura e morte de adultos e crias para obtenção de isco, para alimentação ou por vandalismo;
• a elevada mortalidade, na época do Outono, associada ao atropelamento e colisão de cagarros juvenis em estradas e localidades.
Apesar dos Açores possuírem a maior população mundial da espécie Calonectris borealis (85%), a população europeia de cagarros encontra-se em estado de conservação desfavorável e tem vindo a decrescer nas últimas décadas.