Ao inaugurar hoje o Centro de Processamento de Resíduos da Ilha das Flores, o Presidente do Governo dos Açores não escondeu a sua satisfação, mas fez notar que se estava perante apenas a primeira de um conjunto de infraestruturas semelhantes que constitui “maior projeto ambiental de sempre nas nossas ilhas.”
Carlos César lembrou que o centro de Processamento do Corvo deverá ficar concluído ainda neste Verão e que outras infraestruturas se encontram em construção ou em projeto em todas as ilhas.
“Quanto às instalações destinadas a receber os resíduos combustíveis não recicláveis, em São Miguel e na Terceira, a construir em colaboração com as respetivas associações e empresas autárquicas, já se encontram elaborados os seus projetos e consolidado o seu modelo de financiamento”, anunciou.
As duas ilhas mais populosas obrigam, pelas quantidades de resíduos geradas, a soluções diferentes da encontrada, por exemplo, para as Flores, cujo centro de processamento – num investimento de seis milhões de euros – tratará de forma diferente os materiais que irá receber.
Assim, os resíduos putrescíveis serão aproveitados localmente, através da sua estabilização por compostagem, e os resíduos recicláveis serão destinados a valorização fora da ilha, designadamente para produção de combustível em S. Miguel e na Terceira.
O Centro hoje inaugurado, para além das valências de tratamento e de logística ligadas aos resíduos, também inclui uma oficina e espaços destinados a desmantelar viaturas, permitindo resolver o problema das sucatas nas Flores.
“Com as operações aqui realizadas gera-se também uma dinâmica socioeconómica: é mais uma empresa que se instala na ilha, são mais quatro postos de trabalho que se criam e mais uma oportunidade de modernização e consolidação do sector industrial e de serviços nas Flores”, considerou Carlos César.
Para o Presidente do Governo Regional, o dia de hoje marca o início de uma nova gestão e de uma nova prática ambiental com benefícios para os florentinos e para a imagem externa da ilha mais ocidental do arquipélago, no âmbito de um plano integrado que abrange toda a região.
É um projeto que tem em vista não só a proteção ambiental propriamente dita, mas que tem associado o objetivo de alcançar uma menor dependência externa para a produção de energia.
Carlos César disse, a propósito, que no caso da ilha de São Miguel, o Governo, como principal acionista, já deu indicações à EDA no sentido de se associar ao investimento que está a ser lançado “para a construção de uma central hídrica reversível e colocando, por essa via, a penetração das energias renováveis na rede elétrica daquela ilha nos 70 a 75%.”
Como salientou, será “uma mudança de paradigma no abastecimento energético dos Açores”, acrescentando que os investimentos necessários são grandes, mas produtivos, porque permitirão maior autonomia energética e consequente diminuição de importações, o que terá reflexos no aumento do PIB açoriano.
GaCS/CT