O Governo dos Açores determinou a execução de investimentos que dotam a região de soluções tecnológicas de gestão de resíduos “eficazes e adequadas”, liderando já os rankings da gestão de resíduos de embalagem da Sociedade Ponto Verde com a entrada em funcionamento dos Centros de Processamento de Resíduos (CPR) das Flores e da Graciosa.
“Os dados referentes aos primeiros meses de funcionamento dos CPR das Flores e da Graciosa são extremamente animadores e permitiram-nos já liderar os rankings da gestão de resíduos de embalagem da Sociedade Ponto Verde”, revelou hoje, em Ponta Delgada, o Diretor Regional do Ambiente.
Hernâni Jorge, que falava na sessão de abertura do seminário “Gestão de Resíduos”, salientou que, para “recuperar o valor dos resíduos, foram executados ou estão em curso, em todas as ilhas dos Açores, investimentos que dotam a região de soluções tecnológicas de gestão de resíduos eficazes e adequadas, nomeadamente de triagem, com vista à reciclagem e de valorização por compostagem”.
“É neste quadro que estamos a desenvolver a revisão do PEGRA, incorporando a componente da prevenção, e que passará a designar-se de Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos para os Açores (PEPGRA), e que promoveremos, nos próximos dois anos, as selagens e requalificação dos aterros das ilhas de Santa Maria, Corvo, Flores, Faial, São Jorge e Graciosa”, frisou.
Para o Diretor Regional do Ambiente, foi dado um “enorme salto” na última década e meia, que considerou “verdadeiramente notável e nem sempre reconhecido, tendo-se solucionado os problemas mais emergentes e criado as condições para o início de um novo rumo”.
“A deposição em aterro não pode ser a solução, por manifesta incompatibilidade com a qualidade do ambiente e de vida que queremos preservar nos Açores”, afirmou Hernâni Jorge, na abertura deste seminário organizado pela Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais (APEMETA), com o apoio da Secretaria Regional dos Recursos Naturais, através da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos dos Açores (ERSARA).
“Ainda em 2011, a deposição de resíduos em aterros correspondia a 87 por cento, exigindo de todos nós um grande esforço, quer na prevenção e redução da produção, quer na recolha seletiva e triagem com encaminhamento para valorização", salientou.
O Diretor Regional defendeu ainda que “não devemos ser preconceituosos relativamente a soluções técnicas testadas e legais, como é o caso da valorização energética por incineração, desde que o seu dimensionamento seja adequado ao atual panorama da produção e gestão de resíduos das nossas ilhas”.
Para Hernâni Jorge, essas soluções devem ainda estar “em linha com as metas de valorização assumidas pela Região para o ano de 2020”, o que sucede atualmente com os projetos das Centrais de Valorização Energética de São Miguel e Terceira, “reduzidos em cerca de 40 por cento relativamente ao previsto nos estudos prévios”.