O Presidente do Governo inaugurou o Centro de Processamento de Resíduos de São Jorge, um investimento de cerca de seis milhões de euros que vai permitir minimizar os impactos ambientais dos resíduos na ilha, aproveitar o seu valor económico e criar seis postos de trabalho diretos e permanentes.
“A gestão integrada dos resíduos constitui um dos eixos fundamentais da estratégia de desenvolvimento sustentável da Região, bem como das políticas públicas de ambiente que temos vindo a implementar, tendo o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores como elemento enquadrador”, afirmou Vasco Cordeiro.
O Presidente do Governo salientou que já foram executados ou estão em curso, em todas as ilhas dos Açores, investimentos que dotam a Região de soluções tecnológicas de gestão de resíduos eficazes e adequadas, nomeadamente de triagem com vista à reciclagem e de valorização por compostagem.
“Foi nesse seguimento que o Governo dos Açores promoveu a conceção e construção de infraestruturas em sete das nove ilhas, concretamente nas menos populosas dos Açores, num investimento global superior a 40 milhões de euros”, adiantou Vasco Cordeiro, salientando que, nesse conjunto, está incluído o Centro de Processamento de Resíduos de São Jorge.
Para Vasco Cordeiro, que falava quarta-feira no segundo dia da visita estatutária à ilha, é extremamente importante que os Açores, enquanto região insular e ultraperiférica, detenha uma solução de destino final para aqueles resíduos que têm, necessariamente, que ser eliminados - uma solução adequada à realidade regional e que acautele as respetivas fragilidades, em respeito pelo quadro legal vigente e pelas metas definidas.
“A deposição em aterro não podia ser a solução, por manifesta incompatibilidade com a qualidade do ambiente e de vida que queremos construir e preservar nos Açores”, defendeu Vasco Cordeiro, ao preconizar a afirmação de um conceito de “responsabilidade partilhada”, pela exigência de forte empenho coletivo na aplicação com sucesso das políticas públicas.
“Cada um deve assumir o seu papel para que as soluções - desde práticas de consumo mais sustentáveis, passando pela seleção dos resíduos, pela logística e sistemas de recolha, pelo reaproveitamento e reciclagem, até à valorização energética ou eliminação em aterro – sejam eficazes”, afirmou.
Na sua intervenção, o Presidente do Governo aproveitou, por outro lado, para lançar um repto aos municípios de São Jorge no sentido de adaptarem os respetivos sistemas de recolha a esta nova realidade, promovendo a integração da recolha seletiva e indiferenciada e a eventual partilha de equipamentos e serviços, desenvolvendo economias de escala e acréscimo de valor nos sistemas em baixa.
“Reafirmo a disponibilidade do Governo dos Açores para apoiar as Câmaras Municipais nesse processo, designadamente no incremento da sensibilização e informação dos cidadãos”, disse Vasco Cordeiro, para quem, ao se promover a gestão adequada dos resíduos, apostando fortemente na recuperação do seu valor, também se está a contribuir para as metas europeias de valorização.
“Este é, aliás, o caminho que fará com que, em 2020, estimemos alcançar a meta de cerca de 50% na preparação para a reutilização e a reciclagem dos resíduos urbanos, incluindo papel, cartão, plástico, vidro, metal, madeira e resíduos biodegradáveis. Aliás, no último ano, a Região atingiu já os cerca de 22%”, frisou Vasco Cordeiro.