70% dos coelhos-bravos na Terceira e 40% em São Miguel e Graciosa já adquiriram imunidade contra vírus da DHV2
A Diretora Regional dos Recursos Florestais, Anabela Isidoro, anunciou que cerca de 70% das populações de coelhos-bravos na Terceira e 40% em São Miguel e Graciosa já adquiriram imunidade contra a nova variante do vírus da Doença Hemorrágica Viral.
“Estes dados recolhidos dão-nos boas notícias”, afirmou Anabela Isidoro, que participou, na terça-feira à noite, na ilha das Flores, na apresentação pública dos resultados do um estudo efetuado nas ilhas de São Miguel, Terceira e Graciosa denominado “Monitorização da DHV2 nas populações de coelho-bravo nos Açores”.
A nova variante do vírus da Doença Hemorrágica Viral, identificada em França em 2010 e que em 2012/13 desencadeou um surto no continente português, com uma elevada taxa de mortalidade, chegou aos Açores em novembro de 2014, tendo sido a Graciosa a primeira ilha a ser afetada.
Anabela Isidoro referiu que o estudo agora apresentado foi feito com base na recolha de coelhos, em dezembro de 2016 com a colaboração dos caçadores, tendo permitido fazer uma comparação com dados referentes a 2015.
“Os serviços têm estado a fazer um acompanhamento mensal das populações de colho-bravo em todas as ilhas”, garantiu Anabela Isidoro.
Já em Maio o Secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, havia dito que os Açores mantém uma monitorização regular à febre hemorrágica nos coelhos, salientando que a resolução da situação é lenta e exige acompanhamento permanente.
Relativamente à ilha das Flores, onde só este ano surgiu o primeiro caso de coelhos doentes, foram recolhidos e analisados 6 animais encontrados mortos, em Março e Abril, com resultado positivo de DHV2.
A Diretora Regional explicou, de acordo com os investigadores, trata-se da nova variante da doença, que é muito agressiva, sem vacinação eficaz e que os repovoamentos são de todo desaconselháveis, pois iriam promover uma maior dificuldade ao nível da capacidade da população local de coelhos-bravos criarem defesas naturais contra o vírus.
“Aquilo que se poderá fazer é esperar, deixar a população que existe descansar e recuperar por si só”, salientou Anabela Isidoro, acrescentando que a situação está a ser acompanhada pelos Serviços Florestais, em colaboração com especialistas do CIBIO-UP.
Na quinta-feira, decorre em Ponta Delgada, uma nova apresentação pública do estudo, evento que conta com a presença de 2 investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, os Professores Doutores Pedro Esteves e David Gonçalves, bem como o técnico da Direção Regional de Recursos Florestais, engenheiro Manuel Leitão.