Diretor Regional das Comunidades congratula "determinação e dinamismo" da diáspora açoriana no Havai
O Diretor Regional das Comunidades congratulou, no Havai, a “determinação e o dinamismo” da diáspora açoriana neste arquipélago na criação de “novos espaços de divulgação da matriz identitária” açoriana.
“Após 140 anos da chegada dos primeiros portugueses a estas ilhas do Pacífico, na sua maioria dos Açores, e testemunhar o início de um novo ponto de promoção do nosso país e da nossa Região, é um motivo de orgulho e uma redobrada confiança na comunidade”, afirmou Paulo Teves, que intervinha na sessão de lançamento da primeira pedra do Centro Cultural e Educativo ‘Saudades, The Longing’, da Câmara do Comércio Portuguesa da Ilha do Hawaii, em Hilo, e que conta com o apoio do Governo do Estado do Havai.
Para o Diretor Regional das Comunidades, este futuro centro, que “partiu da vontade da comunidade em honrar a história do povo português”, contribuirá “não apenas para a promoção da nossa identidade e para a divulgação da nossa presença neste território, mas também para fortalecer, cada vez mais, o relacionamento entre o arquipélago do Pacífico e o do Atlântico, que estão unidos por uma afetividade que nem o tempo nem a distância separam”.
“Apraz-nos registar que este novo centro contemplará uma biblioteca açoriana, oferecida pelo Governo dos Açores, que permitirá divulgar, em diversas áreas, a região de origem de milhares de havaianos”, referiu Paulo Teves, na sessão que contou com a presença do Mayor do Condado da Ilha do Havai, Harry Kim, do Senador Estadual Kaialii Kahele, do Hawai’i State Representantive, Cristopher Todd, para além da Cônsul Geral de Portugal em São Francisco e da Presidente da Câmara de Comércio da ilha de Havai, Larkin Correia.
Na receção que se seguiu, no âmbito das comemorações dos 140 anos da emigração portuguesa para o Havai, o Diretor Regional das Comunidades congratulou a comunidade açoriana pela sua dedicação em honrar o passado e pela “constante construção de pontes entre os dois lados do mundo”, acrescentando “estar confiante que as novas gerações saberão dar continuidade ao trabalho até agora desenvolvido”.
Durante o evento comemorativo, diversos grupos havaianos e portugueses atuaram, bem como a filarmónica Hawaii County Band, fundada em 1883 pelos irmãos Joaquim e Jules Carvalho, que emigraram dos Açores para este arquipélago, sendo atualmente a segunda organização musical mais antiga de todo o Estado do Havai.
Na deslocação a este Estado norte-americano, Paulo Teves visitou a Portuguese Genealogical Society of Hawaii, na ilha de Oahu, reunindo-se com o seu presidente Dan Nelson, que deu a conhecer o trabalho que têm realizado na recolha informativa dos descendentes portugueses residentes naquelas ilhas.
Até ao momento, estão identificados cerca de 291 mil havaianos com ascendência portuguesa, tendo cerca de 60% origens nos Açores.
Ainda no decurso deste encontro foram discutidas variadas áreas de cooperação e Paulo Teves tomou conhecimento do facto de haver um aumento considerável de pedidos de informação por parte dos havaianos que buscam as suas raízes, e que alguns já visitaram os Açores.
O Diretor Regional das Comunidades reuniu ainda com dirigentes de várias organizações, nas instalações da Irmandade do Espírito Santo da Santíssima Trindade de Punchbowl, situada em frente à Rua Açores, que apresentaram as diversas atividades que têm desenvolvido, nomeadamente a Festa do Divino Espírito Santo, mostras gastronómicas, aulas sobre a emigração açoriana em escolas da ilha de Oahu, visitas de estudo a locais de presença portuguesa, entre outras.
Ainda na capital do Estado, na cidade de Honolulu, Paulo Teves visitou o Departamento de Línguas e Literaturas da Europa e das Américas da Universidade do Havai, onde proferiu uma comunicação sobre os Açores de hoje e a diáspora açoriana no mundo aos alunos de Português daquela academia.
A emigração açorianavde forma sistemática para o atual Havai, na altura denominado ilhas Sandwich, acontece no último quartel do século XIX.
Os milhares de Açorianos que emigraram naquela altura imprimiram a sua identidade na sociedade havaiana, sendo possível, ainda hoje, constatar diversas manifestações dos Açores.