Texto integral da intervenção do Vice-Presidente do Governo, Sérgio Ávila, proferida hoje, em Ponta Delgada, na abertura da 4.ª edição da Feira Açores Expo:
“É com particular satisfação que inauguramos hoje a quarta edição da Feira AÇOR EXPO, evento que é já um importante marco anual na promoção das nossas empresas e na mostra do que de melhor temos para oferecer.
Do que de melhor fazemos em áreas fundamentais para a nossa economia como são a indústria, o setor agroalimentar, o turismo, o artesanato e os serviços.
Por isso, as minhas primeiras palavras são dirigidas aos nossos empresários, a quem endereço um cumprimento muito especial.
São eles que, com a sua capacidade de iniciativa, fazem crescer a nossa economia, proporcionando a criação de emprego e de riqueza. Empresários que revelam uma crescente confiança no crescimento da nossa atividade económica.
Confiança, essa, que se reflete, no aumento muito significativo do investimento privado, que atualmente se verifica na nossa Região.
Posso por isso anunciar que até hoje, já foram apresentados 661 novos projetos de investimento privado, no âmbito do novo sistema de incentivos, o Competir+, que irão representar um investimento empresarial superior a 290 milhões de euros.
O conjunto destes projetos de investimento prevê a criação de mais 1330 novos postos de trabalho diretos e permanentes.
Mas a confiança e o dinamismo dos nossos empresários também se reflete na criação de novas empresas, sendo que nos Açores, só nos últimos 12 meses foram criadas 3 novas empresas por cada uma que encerrou a sua atividade.
Os Açores foram nos últimos 12 meses, a zona do país que mais novas empresas foram criadas por cada empresa que fechou.
Só neste período foram constituídas 462 novas empresas nos Açores, o que demonstra bem o dinamismo que se vive nos Açores e a elevada capacidade empreendedora do tecido empresarial açoriano.
Estes dados são, sem dúvida, mais um sinal de confiança na retoma consolidada da nossa economia.
Esta realidade foi novamente confirmada esta semana com a divulgação do crescimento de 2% do PIB, no segundo trimestre deste ano, após um crescimento de 2,2% no primeiro trimestre.
Crescimento económico que, de acordo com os últimos indicadores conhecidos, nomeadamente do aumento do consumo privado, do investimento e da produção de bens e serviços, poderá atingir um incremento ainda maior no segundo semestre.
Efetivamente, em termos de indicadores de consumo, hoje por exemplo foi divulgado que os levantamentos em multibanco registaram um aumento de 5,7 % em agosto, face ao mesmo mês do ano passado, e a venda de produtos alimentares apresentou um novo crescimento de 4,3% no mês de julho.
Em termos de investimento, a consolidação da retoma do sector da construção civil, reforça a demonstração do incremento do investimento, tendo as licenças de construção aumentado 14% no primeiro trimestre deste ano e o consumo de cimento crescido mais 26,2% no segundo trimestre.
Também no segundo trimestre, o turismo registou novo crescimento, alavancado outros setores de atividade.
As dormidas aumentaram 22,1% e os proveitos totais 30,9%, tendo o número de passageiros desembarcados subido 23,5%.
O setor primário, começou também este ano a revelar indicadores positivos, invertendo assim a tendência dos anos anteriores.
Nomeadamente, ao nível da comercialização dos produtos lácteos para fora da Região que cresceu 7,1% e a que correspondeu um crescimento de 13,3% do volume de venda dos nossos produtos lácteos.
Também no segundo trimestre deste ano, a pesca descarregada cresceu 20%.
A continuação e o reforço da evolução positiva deste conjunto de indicadores permitirá, este ano, consolidar o aumento do rendimento disponível das famílias, o incremento do Produto Interno Bruto da nossa Região, o crescimento do emprego e uma ainda maior redução do desemprego.
Sendo que em três anos, conseguimos – e conseguimos em conjunto, Governo, empresas e Açorianos - reduzir para cerca de metade a taxa de desemprego na nossa Região, os dados mais recentes, que temos, permitem-nos nos perspetivar, com segurança, que haverá uma nova redução do desemprego este trimestre.
Tratam-se, portanto de indicadores e resultados que nos animam a prosseguir esta trajetória de desenvolvimento e de confiança da iniciativa privada na nossa economia.
E com a perspetiva positiva atribuída à Região esta semana pela Agência Moody’s, temos mais um sinal, embora já esperado, de que os Açores têm reunidas condições para consolidar a sua trajetória de crescimento económico e estabilidade financeira.
Consumir o que é nosso é essencial para fazer progredir a nossa economia e, como podemos ver à nossa volta, temos produtos e serviços de enorme qualidade.
Para esta realidade em muito têm contribuído as nossas empresas num esforço de investimento e inovação.
Com o objetivo de apoiar e incentivar esse esforço, o Governo Regional dos Açores tem vindo a implementar múltiplas medidas, das quais destaco as direcionadas às pequenas e médias empresas.
Por vezes sou questionado sobre os resultados que temos vindo a alcançar e a resposta está na forma como cada um de nós consegue, nesta Região divida em 9 ilhas, cooperar e fazer da insularidade uma vantagem.
De facto, considero que é graças ao modo como todos nós - Governo, Empresários e seus Representantes, Jovens Empreendedores, e todos os demais trabalhadores Açorianos - temos enfrentado os desafios impostos pela nossa realidade arquipelágica, pela natureza, ou por outros, resultantes de conjunturas tantas vezes externas, nunca baixando os braços, que temos conseguido vencer as adversidades.
Nos Açores temos sabido, independentemente dos diferentes pontos de vista que resultam das responsabilidades de cada uma das partes, trabalhar em pontos comuns essenciais para enfrentar as condicionantes externas e sermos cada vez mais fortes e dinâmicos.
Porque é a ambição de fazer cada vez mais e melhor para os Açores que nos move.
E, por isso, se os resultados nos animam, não nos iludem, porque não nos damos, nunca, por satisfeitos.
Como referi no início da minha intervenção, esta é a quarta edição da AçorExpo.
Esta montra de empresas e dos seus produtos e serviços, com mais de meia centena de stands, insere-se no Plano ‘Açores Export’ que é dinamizado pelo Governo dos Açores, em parceira com a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores.
Um Plano que tem por objetivo aumentar a visibilidade dos produtos regionais junto do consumidor final e dinamizar o mercado interno regional, além das ações de promoção externa.
A nível interno, com os eventos realizados em várias ilhas pretendemos dar destaque à qualidade da produção local, alargar a oferta disponível e promover o consumo dos produtos açorianos, aumentando-se deste modo a sua contribuição para a economia da Região.
Podemos afirmar hoje que este é um objetivo conseguido.
Adicionalmente, julgo que é também importante fazer aqui uma referência à Marca Açores.
Assumindo-se como um dos pilares impulsionadores da promoção interna e externa dos Açores, a Marca Açores significa qualidade e harmonia com a natureza, valores fortes daquilo que somos e sabemos fazer.
Como símbolo de excelência, que potencia a diferenciação da produção regional, a sua aceitação traduz-se pela adesão expressa nos seguintes números: 123 empresas com produtos com selo Marca Açores e cerca de 2300 produtos certificados.
Esta marca tem sido fundamental na promoção e estimulo ao consumo do que é nosso.
E, se internamente já todos reconhecem a qualidade inerente a este selo de origem, é importante sublinhar que a Marca Açores começa já também a ser um fator de referência fora do arquipélago, influenciando positivamente a escolha dos consumidores, que têm cada vez mais produtos dos Açores à sua disposição.
Também para esta oferta cada vez mais abrangente, em muito têm contribuído os diversos sistemas de incentivos em vigor nos Açores.
Não irei falar de cada um deles, pois julgo que já estão devidamente divulgados e são do conhecimento geral.
Gostaria apenas de salientar que estamos perante um vasto leque de apoios que importa saber aproveitar.
São apoios dirigidos ao empreendedorismo, à inovação, ao aumento da base económica de exportação, a pequenos projetos de âmbito local, que poderão aprofundar o mercado interno, e, ainda, à formação dos nossos trabalhadores, sem os quais não poderemos ter empresas competitivas.
Termino desejando a todos bons negócios e felicitando a Câmara de Comércio e Indústria e a Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores pela organização desta feira que, estamos certos, atrairá tanto residentes como os muitos turistas que, como podemos testemunhar, nos visitam.
Muito obrigado.”