Diretor Regional das Comunidades destaca papel dos Açores na relação transatlântica
O Diretor Regional das Comunidades destacou hoje, em Ponta Delgada, o “papel inequívoco” dos Açores na definição de equilíbrios políticos e geoestratégicos a nível internacional, mas frisou que a relação transatlântica, no mundo atual, deve ser também vista na perspetiva económica, comercial e empresarial.
“A História e os seus diversos contextos políticos, económicos e sociais encarregaram-se já, por diversas vezes, de relembrar - em especial àqueles que o esqueciam ou não queriam ver - o papel inequívoco deste arquipélago na definição de equilíbrios políticos e geoestratégicos mais amplos no palco internacional”, afirmou Paulo Teves, na abertura da conferência ‘Regionalismo e Organização Política – Os Estados Unidos e a Relação Transatlântica’.
O Diretor Regional salientou, no entanto, que “esta relação transatlântica deve ser hoje perspetivada em diversas dimensões”, destacando a “perspetiva económica, comercial e empresarial”.
Na abertura desta conferência promovida pela Universidade dos Açores, Paulo Teves afirmou a importância da discussão de questões relacionadas com a Europa, os Estados Unidos e a relação transatlântica, recordando que os Açores sempre afirmaram a importância da centralidade atlântica do arquipélago e a valorização da sua natureza ultraperiférica.
Paulo Teves defendeu, no entanto, que “num mundo globalizado, não é apenas a geografia ou a localização, mas a interação entre os mais diversos agentes – Estado, Região, Municípios, em conjunto com empresas e privados e, claro está, com a Universidade e académicos – que contribui crescentemente para a afirmação da Região no desenvolvimento deste espaço atlântico”.
“Neste contexto, será importante recordar o desenvolvimento a que assistimos das negociações sobre a criação de uma Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento abrangente entre os blocos geoestratégicos atlânticos – União Europeia e Estados Unidos da América”, afirmou, recordando que a UE e os EUA “asseguram quase metade do PIB mundial e um terço do comércio”, possuindo ambos os blocos económicos mais de 800 milhões de consumidores.
“Esta perspetiva de reforço da parceria transatlântica de âmbito comercial, empresarial e de investimento pode também ser considerada de um ponto de vista do regionalismo e da organização política, nomeadamente no âmbito do papel que o relacionamento entre regiões europeias e os estados federados norte-americanos pode ser chamado a desempenhar”, afirmou Paulo Teves.
O Diretor Regional, citando dados da Comissão Europeia, revelou que a concretização daquela parceria entre a UE e os EUA permitiria um crescimento anual do PIB de 0,5 por cento na União Europeia e de 0,4 por cento nos EUA até 2027, o que seria equivalente a 86 mil milhões de euros de receitas anuais adicionais para a economia europeia e 65 mil milhões de euros de receitas anuais adicionais para a economia americana.