Comunidade científica tem sido central na definição e implementação de políticas de conservação marinha, defende Diretor Regional dos Assuntos do Mar
O Diretor Regional dos Assuntos do Mar afirmou hoje, em Ponta Delgada, que, apesar do conhecimento científico existente sobre o mar dos Açores, “ainda há muito mais por descobrir”, frisando que “em todas as campanhas científicas realizadas são feitas novas descobertas”.
A título de exemplo, Filipe Porteiro apontou “a descoberta recente” da fonte hidrotermal ‘LUSO’, no monte submarino ‘Gigante’, pela expedição oceanográfica ‘Blue Azores Expedition’, ou ainda “os incríveis jardins de corais, ou as requintadas formas de vida marinha”, captadas pela Fundação Rebikoff-Niggeler, ao largo da ilha do Faial.
O Diretor Regional falava na conferência internacional ‘Marine Research and Knowledge in support of Policy Making and Society. Deep Sea Research as a Case Study’, no âmbito da Reunião Geral Anual da Associação EurOcean, organizada em parceria com o Governo dos Açores, e que contou com cerca de oito dezenas de participantes de oito países.
Filipe Porteiro defendeu que “os Açores são um lugar ideal para investigar as maravilhas do mar profundo, que está mesmo próximo das ilhas”, acrescentando, por isso, que, “neste cenário, as equipas de investigação mais internacionais dos Açores são especialistas em ecossistemas de mar aberto e de mar profundo”.
“O conhecimento produzido pelos nossos investigadores tem sido utilizado para apoiar as políticas regionais para o mar”, lembrou, frisando que a interligação entre as ciências marinhas e a política marítima “tem sido bastante benéfica”.
Segundo o Diretor Regional, as pescas, as atividades marítimo-turísticas, a extração de inertes e a bioprospecção são algumas das atividades económicas que “beneficiam do conhecimento científico existente”.
“Os programas de monitorização científica apoiados pelo Governo dos Açores têm sido cruciais para compilar dados utilizados por investigadores e decisores políticos”, frisou, acrescentando que, em parceria com o Executivo açoriano, a comunidade científica regional tem sido “central” na definição e implementação de políticas de conservação marinha nos Açores, que visam a sustentabilidade das atividades humanas no mar.
O Diretor Regional defendeu que, “apesar das limitações dos Açores enquanto pequena região ultraperiférica no contexto nacional e europeu”, o Executivo açoriano continua a promover e a apoiar as ciências marinhas, através da Direção Regional da Ciência e Tecnologia e do Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia, e de outros mecanismos e programas financeiros, “para que haja conhecimento científico que fundamente as políticas implementadas”.
Durante a sua intervenção, Filipe Porteiro afirmou ainda que o Governo dos Açores “está empenhado” em continuar a melhorar o Crescimento Azul no arquipélago, com base em abordagens ecossistémicas que integrem o conhecimento científico disponível, seguindo as orientações internacionais e cumprindo as linhas da Política Marítima Integrada da Europa e da nova Agenda 2030 da ONU para Desenvolvimento sustentável.
“Conhecemos a vulnerabilidade dos nossos ecossistemas marinhos e, consequentemente, a importância de ter práticas ativas que garantam a sustentabilidade de nossas atividades marítimas”, defendeu o Diretor Regional.