A Presidência do Governo, através da Direção Regional da Cultura, promove a realização da exposição intitulada “Paulo Gouveia: A reinvenção do vernáculo”, cuja inauguração terá lugar no próximo dia 31 de janeiro, pelas 20h30, no Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico.
Comissariada pelos arquitetos João Vieira Caldas e Sérgio Fazenda Rodrigues, esta mostra resulta da seleção de sete obras, escolhidas pelo seu significado no conjunto da produção arquitetónica de Paulo Gouveia e pela fiabilidade da documentação a elas respeitante existente no espólio. Essas obras são o Museu dos Baleeiros (Lajes, Pico), o Museu do Vinho (Madalena, Pico), a Fanfarra Operária Gago Coutinho e Sacadura Cabral (Angra do Heroísmo, Terceira), a Igreja de São Lourenço de Carnide (Lisboa), a Casa Margarida Leão (Ajuda, Lisboa), a Casa Godinho (Fontanelas, Sintra) e a Casa Lacerda (Engrade, Pico).
As obras apresentadas, que se integram tanto na esfera dos equipamentos públicos como no domínio da moradia privada, e se encontram edificadas tanto no espaço das ilhas como no do continente, constituem, de acordo com os comissários da exposição, exemplos maiores de “uma obra que reinventa a arquitetura vernácula da Região, estabelecendo um método de projetar que [Paulo Gouveia] utiliza em todas as geografias”.
Constituída por diversos painéis e por um catálogo que contextualiza e complementa a informação neles contida, esta mostra itinerante da obra do arquiteto terceirense permanecerá no Museu dos Baleeiros até 29 de fevereiro. Posteriormente, poderá ser ainda visitada na Sala do Capítulo do Museu de Angra do Heroísmo de 20 de abril a 3 de junho, na Galeria de Arte Moderna da Sociedade Nacional de Belas-Artes entre 3 e 31 de julho e, finalmente, no Teatro Micaelense de 20 de setembro a 20 de outubro.
Paulo Gouveia nasceu em Angra do Heroísmo em 1939.
Formou-se em Biologia na Universidade de Coimbra no início dos anos setenta, disciplina que passou a lecionar. Licenciou-se posteriormente em Arquitetura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1979.
Em 1987 viajou até aos Estados Unidos, uma experiência marcante, da qual resultaria, anos mais tarde, o estudo intitulado A Arquitetura Baleeira nos Açores / Whaling Architecture in the Azores, publicado em 1996.
Em 1992, os dois Museus do Pico são incluídos na representação portuguesa presente na exposição “Límite del Mar”, em Madrid, então Capital Europeia da Cultura. De entre estes, o Museu do Vinho integra, igualmente, a XIX Trienal Internacional de Milão, dedicada ao tema “Identidade e diferença”.
Em 1993, Paulo Gouveia recebe a Menção Honrosa dos Prémios Nacionais de Arquitetura da Associação dos Arquitetos Portugueses, atribuída, desta vez, ao Museu dos Baleeiros.
Em 1997, o seu nome é incluído na exposição “Portugal, arquitetura do século XX”, instalada no Museu de Arquitetura de Frankfurt.
Paulo Gouveia faleceu em 2009.