As plantas produzidas a partir da semente resultante de ensaios de proveniências e descendência de criptoméria, desenvolvidos no âmbito do Programa de Melhoramento Florestal dos Açores, indiciam, ao fim de uma década, ganhos genéticos de cinco a sete por cento.
Estes dados foram hoje constatados durante uma visita técnico-científica realizada aos campos experimentais instalados na ilha de São Miguel pela equipa de coordenação deste programa, que está a ser desenvolvido pela Secretaria Regional dos Recursos Naturais, através da Direção Regional dos Recursos Florestais, em parceria com outras entidades.
“Ao fim de 10 anos, que representam um terço da idade de corte da criptoméria, as plantas produzidas a partir da semente proveniente destes ensaios, já terão ganhos genéticos de cinco a sete por cento”, revelou a Diretora Regional dos Recursos Florestais, Anabela Isidoro, durante a deslocação ao parque de pés-mãe e aos mini-pomares de criptoméria japónica, na Reserva Florestal de Recreio da Macela, e aos ensaios de descendência e proveniência de criptoméria japónica, no Labaçal, Água Retorta.
Nesta visita foi também possível concluir que se conseguiu apurar a técnica para a produção de estacas (no pomar clonal na Macela), tendo em vista a obtenção de árvores com características genéticas superiores (altura, forma cilíndrica, desramação natural, volume, densidade).
A diretora regional adiantou que “o lote da região de Kyushu, no Japão, tem demonstrado crescimentos interessantes, facto que será tido em conta no próximo ciclo de melhoramento (2.ª geração)”.
O melhoramento genético da criptoméria, que é a espécie mais representativa da floresta de produção dos Açores e o esteio da fileira florestal local, em prol de uma utilização mais racional, de uma maior produtividade e de melhor sanidade dos povoamentos florestais e da qualidade da matéria-prima produzida, constitui uma das três grandes linhas de ação do programa.
Os restantes dois eixos correspondem, genericamente, à preparação das bases para a introdução ou expansão de outras espécies florestais, com o objetivo de diversificar os sistemas de produção numa ótica sustentada, e à domesticação de espécies autóctones.
Nesse sentido, desde 2001 foram instalados campos experimentais que totalizam uma área efetiva de aproximadamente 25 hectares, distribuídos por oito ilhas, que são monitorizados periodicamente.