Governo dos Açores aposta na recolha de sementes de espécies endémicas para reprodução em viveiros florestais
A Diretora Regional dos Recursos Florestais destacou hoje, em São Miguel, a importância da recolha de sementes de espécies endémicas dos Açores e a sua reprodução nos viveiros florestais, como forma de proteger os recursos naturais e, ao mesmo tempo, garantir a sua perpetuação no tempo.
“Desde que os Serviços Florestais produzem plantas endémicas nos seus viveiros tem existido o cuidado de fazer a reprodução destas espécies quase exclusivamente por via seminal, ou seja, através de semente”, afirmou Anabela Isidoro, que acompanhou no terreno o trabalho de uma equipa de recolha de sementes.
A Diretora Regional disse que, para as espécies endémicas, é fundamental esta prática de recolha de sementes, pois aumenta a variabilidade genética das plantas produzidas nos viveiros e que, mais tarde, serão devolvidas aos espaços florestais “para cumprir com a sua missão de proteger os recursos naturais e criar corredores ecológicos”.
“Os Serviços Florestais na Região desde a sua constituição que se preocuparam em manter a vegetação primitiva existente e há cerca de 10 anos dotaram os viveiros florestais regionais de condições para a reprodução de plantas de espécies lenhosas endémicas”, frisou Anabela Isidoro, acrescentando que “na seleção de espécies endémicas a utilizar na arborização dos Perímetros Florestais são privilegiadas aquelas que garantem uma mais rápida cobertura e proteção do solo”.
A Diretora Regional dos Recursos Florestais adiantou que atualmente cerca de 93% da área de produção de plantas dos viveiros dos Serviços Florestais corresponde a espaços de produção de plantas de raiz-nua, onde predomina largamente a produção de criptoméria japónica, produção que está orientada para satisfazer as necessidades das arborizações e rearborizações das áreas florestais do setor privado com esta espécie florestal.
As espécies endémicas são produzidas em estufa e são transplantadas para contentores próprios para o efeito.
Até estarem aptas a ir para o meio natural ainda passam por algumas fases de aclimatação a condições mais adversas.
Todos os anos são recolhidos mais de 700 quilos de sementes de espécies endémicas em toda a Região, mais de metade na área do Serviço Florestal do Nordeste, em São Miguel.