Recuperação da população de coelho-bravo em São Miguel permite alargar o período de caça
A Secretaria Regional da Agricultura e Florestas, através da Direção Regional dos Recursos Florestais, informou hoje que, face à recuperação da população de coelho-bravo em São Miguel, será feita uma alteração ao calendário venatório 2018/2019 para esta ilha, alargando o período de caça ao coelho-bravo até ao último domingo de janeiro, bem como o limite de capturas, que passa de duas para três peças por dia e por caçador.
Os últimos resultados da monitorização ao coelho-bravo em São Miguel, que apontam para uma recuperação da população desta espécie, foram dados a conhecer na reunião do Conselho Cinegético desta ilha, que decorreu quarta-feira em Ponta Delgada.
Perante esta nova realidade foi decidido alargar o período de caça ao coelho-bravo, uma medida consensual entre todos os conselheiros.
Os efeitos do último surto da Doença Hemorrágica Viral (DHV), ocorrido no início deste ano, na ilha de São Miguel manifestaram-se apenas na parte ocidental, onde a abundância de coelho-bravo baixou consideravelmente, obrigando à interdição da caça.
Na parte oriental da ilha, onde o surto não se verificou, surgiram recentemente sinais de um aumento da abundância de coelho-bravo para níveis que justificam uma retificação da pressão da caça sobre esta espécie, de modo a evitar que esse aumento possa vir a afetar as culturas agrícolas ou povoamentos florestais locais.
No entanto, permanece interdita a caça ao coelho-bravo na zona das Sete Cidades, no concelho de Ponta Delgada, e de Água Retorta, no concelho da Povoação.
No Conselho Cinegético da Ilha de São Miguel têm assento representantes locais de organizações de caçadores, de agricultores, de defesa do ambiente e de produtores florestais.
O Governo dos Açores tem trabalhado em estreita colaboração com as associações agrícolas, de caçadores e ambientalistas de modo a garantir a sustentabilidade dos recursos cinegéticos, com respeito pelos princípios da conservação da natureza e do equilibro biológico.
A gestão dos recursos, além de se basear em estudos sobre a biologia e ecologia das espécies cinegéticas da Região e nos resultados de programas de monitorização de longa duração, que têm permitido perceber as variações na abundância das suas populações, também tem em consideração a consulta aos parceiros do setor, assim como o resultado de inquéritos de opinião realizados aos caçadores durante as jornadas de caça.