O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou hoje, na Vila de São Sebastião, na ilha Terceira, numa ação de sensibilização no âmbito do programa Parlamento dos Jovens, que a escola é o "principal areópago do ensaio da política”

“A escola é, necessariamente, o principal areópago do ensaio da política, porque à escola cabe a formação de profissionais e, eventualmente, de cientistas, mas antes de mais cabe, sobretudo, a formação de cidadãos que podem assegurar, e certamente que virão assegurar, o funcionamento pleno da nossa democracia”, frisou Avelino Meneses.

O Secretário Regional, que falava na EBI Francisco Ferreira Drummond, numa sessão em que também participaram a Presidente da Assembleia Legislativa e a Secretaria Regional Adjunta da Presidência, considerou que “a política, no nosso caso a democracia, por ser um reino do desejo, admite a justa indignação dos cidadãos, mas necessariamente em busca de novas soluções e de mais alternativas”.

Avelino Meneses salientou, no entanto, que “a política, no nosso caso a democracia, padece de uma certa enfermidade, de uma certa doença” que, nos Açores, tal como no resto do país e da Europa, se “manifesta em período de eleições” e se traduz num “acréscimo da abstenção, numa demissão inadmissível”, contrária à “participação indispensável” dos cidadãos na “coisa pública”.

Perante este cenário, o Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou ser necessária a “reconquista da população” para a política, a começar “pelos mais novos”, porque “são de todos os mais desprotegidos e os que mais carecem de proteção”, mas, para que isso ocorra, é preciso que todos “assumam as suas responsabilidades”.

A Secretária Regional Adjunta da Presidência para os Assuntos Parlamentares também sublinhou nesta sessão a importância da participação política dos jovens açorianos.

Para Isabel Rodrigues, “abdicar do exercício do direito de participação é abdicar da oportunidade de ter um papel ativo na nossa vida coletiva e de influenciar a decisão", acrescentando que "abdicar do direito de participação é deixar exclusivamente na mão dos outros decisões que nos interessam a todos”.

A Secretária Regional salientou que “a política é uma atividade de compromisso com o outro e com a construção do bem-estar de todos os cidadãos”, defendendo que “valores como a tolerância, o respeito e o compromisso são ferramentas indispensáveis no exercício da atividade política, qualquer que seja a sua dimensão”.

Referindo-se a uma das temáticas propostas para esta edição do Parlamento dos Jovens, intitulada 'Portugal: assimetrias litoral/interior – que soluções?', Isabel Rodrigues desafiou os jovens presentes na sessão de hoje a levarem até ao parlamento nacional “a questão de que somos regiões ultraperiféricas, arquipelágicas e com desafios acrescidos” em matéria de governação.

Nesse sentido, salientou que "basta pensar na necessidade de garantir educação e saúde em nove ilhas, separadas por muito mar”.

Na sua intervenção, referiu também os desafios que se colocam na mobilidade jovem.

“Se residirem numa ilha que não tenha universidade, têm que se deslocar da vossa ilha para prosseguirem os vossos estudos. A mobilidade para conhecerem a vossa Região é muito mais exigente do que acontece num território sem descontinuidade geográfica”, frisou.

A Secretária Regional afirmou que estes são desafios sobre os quais os jovens açorianos “terão também uma palavra muito interessante a dizer porque sentem bem as consequências destas nossas caraterísticas e desta nossa condição”.

O Parlamento dos Jovens é uma iniciativa da Assembleia da República que, nos Açores, conta com a parceria da Assembleia Legislativa e do Governo Regional, através das direções regionais da Educação e da Juventude.