Casa dos Açores do Maranhão reforça afirmação da Açorianidade no mundo, afirma Diretor Regional das Comunidades
O Diretor Regional das Comunidades afirmou, no Brasil, que o Governo dos Açores se congratula com a criação da Casa dos Açores do Maranhão, frisando que a mesma “contribui para uma maior afirmação do Povo Açoriano no mundo”.
“Após quatro séculos da chegada dos casais açorianos, constatamos que em pleno século XXI os seus descendentes reivindicam a sua Açorianidade, o que representa uma inequívoca vontade de fortalecer o relacionamento entre o Estado do Maranhão e a Região Autónoma dos Açores”, referiu Paulo Teves no ‘Congresso Internacional dos 400 anos da presença açoriana no Maranhão: história, cultura e identidade’, que decorreu de 23 a 25 de outubro, na capital daquele Estado, São Luís.
Para o Diretor Regional, que participou na cerimónia da fundação da Casa dos Açores do Maranhão, a sexta no Brasil e a décima sexta no mundo, “este momento de celebração da nossa presença neste Estado constitui uma oportunidade de se resgatar as diversas manifestações que ainda hoje encontramos em diversos municípios”.
“Esta missão a que agora dão início, em que o Governo dos Açores está disponível para cooperar, deverá contar com a parceria das diversas organizações que nesse Estado tem feito um meritório trabalho de pesquisa”, disse ainda Paulo Teves, acrescentando que “esta conjugação de esforços será primordial na divulgação desta secular história do Povo Açoriano no nordeste brasileiro”.
Organizado pela Casa dos Açores do Maranhão e pelos Institutos Histórico e Geográfico de Santa Catarina e do Maranhão e com o apoio do Governo daquele Estado, o referido Congresso teve como objetivos fomentar e divulgar estudos e discussões comuns sobre a presença de emigrantes açorianos naquela região do Brasil, no seu processo de povoamento entre os séculos XVII e XVIII e, ao mesmo tempo, estudar futuros intercâmbios sociais, económicos e culturais entre os Açores e o estado do Maranhão.
Com mais de duas dezenas de conferencistas, de vários Estados do Brasil, dos Açores e de Portugal continental, durante dois dias foram apresentados diversos estudos académicos, numa perspetiva interdisciplinar, em que se destacou a forma como se procedeu à colonização portuguesa no Brasil através de casais açorianos e como ainda se vivenciam diversas manifestações identitárias, além de também ter sido destacado o açoriano Simão Estácio da Silveira, que em 1619 foi eleito o primeiro presidente da Câmara Municipal de São Luís do Maranhão. Foram ainda apresentadas diversas organizações que desenvolvem atividades junto da Diáspora Açoriana, nomeadamente as Casas dos Açores do Maranhão, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Históricos e Geográficos, Fundação Catarinense de Cultura, entre outras.
No último dia dos trabalhos, o Diretor Regional das Comunidades participou na sessão ‘Relações Açores e Brasil: da preservação ao futuro’ onde fez uma apresentação do recém criado Conselho da Diáspora Açoriana, bem como do Encontro Internacional de Genealogia Açoriana que acontecerá nos Açores em 2020.