O Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas afirmou hoje, em Ponta Delgada, que o Governo dos Açores tem desenvolvido uma “ação muito próxima” com as diversas organizações que desenvolvem um trabalho na área social junto das comunidades emigradas açorianas, “valorizando os princípios da solidariedade e do respeito pela dignidade humana”.

“As nossas comunidades constituem, na sua esmagadora maioria, casos de plena integração e de forte afirmação na Diáspora, graças a diversos fatores, desde logo a determinação e o caráter singular do Açoriano”, frisou Rodrigo Oliveira, acrescentando que isso não impede que haja “algumas franjas das nossas comunidades que necessitam de uma atenção especial”, como os mais idosos e aqueles cujos “percursos migratórios” não tiveram tanto sucesso.

Rodrigo Oliveira, que falava na sessão de abertura do VIII Encontro Internacional de Organizações de Intervenção Social, manifestou, por isso, o “profundo reconhecimento” do Governo dos Açores “a todas as organizações que fazem parte desta Rede Internacional pelo apoio que têm prestado aos nossos emigrantes e aos nossos regressados”, salientando a disponibilização a centenas de utentes da Diáspora de programas ocupacionais e outros apoios sociais, nomeadamente ao nível da aquisição de competências em diversas áreas, das novas tecnologias à literatura, da economia doméstica à informação jurídica.

Neste sentido, o apoio do Governo dos Açores às atividades da Rede de Organizações de Intervenção Social da Diáspora é um contributo “à integração coletiva e plena das comunidades açorianas, mas também à realização individual de cada Açoriano, contribuindo para uma sociedade mais justa, mais solidária e mais inclusiva”, afirmou.

Na sua intervenção, Rodrigo Oliveira destacou ainda “a organização de cursos de cidadania, um instrumento fundamental para que nos últimos anos se tenha assistido a um decréscimo nos processos de repatriamento”.

O Subsecretário Regional da Presidência adiantou que, desde o início deste ano, houve 15 cidadãos deportados para os Açores dos Estados Unidos e do Canadá, recordando que foram 63 em 2011.

“Estamos a falar num decréscimo sustentado” de cerca de 75% entre 2011 e 2015, salientou Rodrigo Oliveira, frisando que esta diminuição “satisfaz muito", mas o problema "ainda requer a nossa especial atenção”.

Rodrigo Oliveira, dirigindo-se aos participantes no encontro, saudou o trabalho das respetivas instituições "junto destes públicos mais desfavorecidos, mais vulneráveis, para que eles possam adquirir a cidadania dos países de acolhimento e assim evitar esses processos de deportação”.

O Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas manifestou ainda a convicção de que o encontro que hoje começou em Ponta Delgada permitirá realizar “uma profunda reflexão sobre as questões sociais que na atualidade mais afetam as nossas comunidades emigradas e regressadas, abordando estes temas sob diversas perspetivas, com o objetivo de melhor os compreender e encontrar as melhores soluções integradas de resposta”.

Rodrigo Oliveira salientou ainda outras ações do Governo dos Açores, como os programas 'Skipe Familiar' e 'Saudades dos Açores', considerando que “dão nota da importância desta matriz social no relacionamento com a Diáspora, que acresce a tantas outras prioridades, como a cultura, a juventude e a promoção dos Açores de hoje”.

O VIII Encontro Internacional de Organizações de Intervenção Social, que decorre até sábado, reúne representantes de cerca de duas dezenas de instituições dos Estados Unidos da América, do Canadá, da Bermuda e da Região Autónoma dos Açores.

Para além das sessões de trabalho do encontro e do seminário “Intervenção Social: competências, saberes e práticas”, que decorre segunda-feira, os participantes no Encontro Internacional de Organizações de Intervenção Social terão a oportunidade de visitar várias instituições e projetos de apoio social na ilha de São Miguel, como o Lar de Nossa Senhora do Rosário, na Lagoa, a Associação de Promoção de Públicos Jovens em Risco – Projeto Terra Jovem, na Ribeira Grande, ou a Norte Crescente – Associação de Desenvolvimento Local, em Ponta Delgada.