As ilhas, então chamadas, Sandwich constituíam uma microscópica monarquia e estavam carenciadas de população autóctone e consequentemente de mão-de-obra o que levou o seu governo a fomentar a imigração, oferecendo vantagens para aqueles que escolhessem o Hawaii.
Em Junho de 1878, o navio alemão “Priscilla” zarpava do porto do Funchal, com 114 portugueses a bordo, a maioria madeirenses, com destino às ilhas. Aportou em Honolulu, capital da ilha de Oahu, 4 meses depois. Foi a primeira emigração maciça portuguesa para tão longe, mas ali já viviam (em Maui, Ohahu, Kauai e Hawaii) entre quatrocentos a quinhentos portugueses, ao que parece em muito boas condições. Eram na sua maioria baleeiros e descendentes de baleeiros da frota da Nova Inglaterra, todos de origem açoriana.
Entre 1878 e 1888, dezassete navios transportaram 11 057 emigrantes dos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Eram na sua maioria provenientes das ilhas da Madeira e de S. Miguel, mas também de outras ilhas dos Açores.
O Hawaii é hoje um Estado integrado na União Norte Americana.
Até 1884 emigraram para o Hawaii, cerca de 6 300 açorianos, na sua maioria micaelenses, motivados pelas dificuldades económicas sentidas no arquipélago. A emigração para este destino distante marcou um período da história dos Açores, mas com características especiais, uma vez que terminou por volta de 1813.
A comunidade portuguesa em geral e, açoriana em particular, ocupou-se essencialmente da cultura da cana-de-açúçar, motivo pelo qual a emigração foi fomentada.
A presença portuguesa, e em particular a açoriana, no Hawaii é comprovada. Apesar de hoje praticamente não se falar português, os Rebelos, os Perestrelos, os Vieiros, Câmaras, Bettencourts, Silvas, Pracanas, Soares, Cardosos, Freitas, Lomelinos são facilmente detectáveis nas listas telefónicas de Oahu e de outras ilhas do Hawaii. A introdução do cavaquinho, o ukulele na designação local, promovido a instrumento nacional, é outra prova. A massa sovada dos Açores é conhecida como “sweet bread”, a sopa azeda é conhecida como “portuguese soup”, a malassada de S. Miguel ficou para sempre a malasada havaiana. As tradições do Espírito Santo continuam vivas (pão, carne e vinho em louvor do Divino) e há em Oahu três “Impérios do Espírito Santo”. Aos emigrantes ficou também a dever-se a arquitectura sólida das casas, então de madeira, pois os nossos lembraram aos naturais a utilização da pedra vulcânica na sua construção, bem como a plantação de flores em redor das mesmas.
No Hawaii existem cerca de onze associações portuguesas, compostas por descendentes. Estas dedicam-se ao estudo das raízes e genealogia.