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FABIANO SANTOS - Vencedor da 1ª Edição do Concurso "À Conquista dos Açores"

 

“À CONQUISTA DOS AÇORES”, por Fabiano Teixeira dos Santos*

 

                   Atendendo à solicitação da Direção Regional das Comunidades, de que eu, o Franco e a Ana, chegando de volta a casa, elaborássemos uma apreciação de nossa viagem aos Açores, logo pensei em como poderia melhor descrever a realização de um sonho. Sim, porque foi através do concurso “À conquista dos Açores”, promovido pela Direção Regional das Comunidades, que pude, por estes oito dias inesquecíveis, entre 28 de julho e 04 de agosto, realizar algo com o qual sonhava: ver de perto, com os próprios olhos, aquela paisagem única em beleza e encantos, pisar aquelas rochas que saíram das profundezas do oceano, avistar ao longe, entre nuvens, a mística montanha do Pico, percorrer as ruas cheias de história da Horta, Angra, Ponta Delgada, enfim, viver os Açores!

                   Deste pequeno paraíso cercado pelas águas do Atlântico partiram a 250 anos, de alguma freguesia junto ao mar, meus ancestrais que se tornaram gaúchos nos campos do Rio Grande do Sul, sentinelas das fronteiras primeiro da Pátria Portuguesa, depois Brasileira. Assim, dois séculos e meio depois, poder voltar a um lugar tão distante e saber que parte de mim aí teve suas raízes foi uma emoção indescritível e que começou a ter lugar ainda em Florianópolis, assim que recebi o telefonema me comunicando ser eu um dos vencedores do concurso.

                   A emoção ainda foi maior porque, afinal, morar na capital catarinense também é experimentar no dia-a-dia um pouco da “açorianidade” deixada em todas as partes pelos colonizadores ilhéus, que talvez por capricho do destino, partiram de suas ilhas de origem para outra também de rara beleza e encantos, a Ilha de Santa Catarina, que chegou a ser definida pelos defensores mais exaltados da herança cultural açoriana em Florianópolis como a “décima ilha”.

                   E por fim, como grande interessado e pesquisador da contribuição dos açorianos para a arquitetura das antigas cidades às quais deram origem ou ajudaram a desenvolver no Sul do Brasil, nos séculos XVIII e XIX – sou acadêmico de Arquitetura e Urbanismo e estagiário da Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Catarinense de Cultura – pude conhecer de perto esta realidade no Arquipélago, sobretudo os tão característicos Impérios do Espírito Santo, tema do trabalho que desenvolvi e que acabou escolhido pela promoção que me levou aos Açores.

                   Um pouco atrapalhado no começo da viagem, afinal, estava ansioso por realizar meu primeiro vôo, logo me senti à vontade, pois pude contar com a amizade primeiro do colega Franco Silva, a quem conheci no aeroporto em Florianópolis, e depois da Ana Martins, que se juntou a nós no Rio de Janeiro.

                   Horas de vôo mais tarde, 28 de julho amanhecendo, chegávamos a Lisboa e eu pisava a Europa pela primeira vez. A emoção aumentou assim que decolamos rumo à ilha do Faial, da qual, dentro de aproximadamente duas horas, avistamos das janelas do avião as casas brancas pontilhando o verde das encostas que se debruçavam sobre o mar. E então, finalmente, chegávamos aos Açores, esse lugar maravilhoso, impressionante, pequeno paraíso cercado pelas águas do Atlântico. Foram nos buscar no aeroporto o Paulo e a Rosa, e em seguida, já na antiga Colônia Alemã, que agora abriga a Direção das Comunidades, encontramos a Rita Dias, todos logo tratando de nos fazer sentir o mais à vontade possível.

                   Os três dias no Faial foram ótimos: a paisagem agradável de cidade marítima da Horta, a comida saborosa, especialmente os peixes, os pães e a manteiga, a atenção da rede de televisão RTP, que nos entrevistou no Jardim Botânico de Flamengos, a hospitalidade das pessoas que encontrávamos, inclusive do pessoal da Assembléia Legislativa Regional dos Açores, cuja sede fica na Horta e que tão bem nos recebeu.

                   Quero destacar aqui a receptividade calorosa da Diretora Dra. Alzira Serpa, que frente à Direção Regional das Comunidades, está cada vez mais empenhada em fortalecer os laços que unem açorianos e brasileiros, laços esses que, para além de étnicos e culturais, já são laços de profunda amizade!

                   E a vista deslumbrante da montanha do Pico, na ilha de mesmo nome, que avistávamos de qualquer lugar e que visitamos fazendo a travessia de barco até o porto da Madalena, divertida aventura em função do mar agitado!

                   No Pico, a montanha ponto culminante de Portugal, as vinhas Patrimônio da Humanidade, o carinho de dona Conceição, da Escola de Artesanato de Santo Amaro, as histórias sobre homens e baleias preservadas nos dois museus destinados à baleação, nas Lajes e em São Roque. Vimos tudo isso graças ao trabalho dedicado de nosso simpático motorista, o seu João, que é lá da freguesia da “Piedade”, como ele tão bem pronuncia no seu sotaque picoense.

                   Já na Terceira, demos uma volta na ilha e, por indicação do seu Manoel, o alegre terceirense que foi nosso motorista, apreciamos queijos e vinhos excelentes no museu vinícola mantido pela família Bittencourt, em Biscoitos. E à tarde, nos esperava a monumental Angra do Heroísmo, também Patrimônio Mundial, com suas ladeiras, palacetes, impérios e igrejas, a Memória e o Monte Brasil. E a tourada à corda, da qual não nos contentamos apenas em assistir, mas participar mesmo, divertir-se fugindo do touro! Depois, pudemos eu e o Franco, atrás de uma proteção instalada junto ao império da rua da Guarita, fotografar de perto o animal furioso, que tentava arremeter seus chifres contra os foliões mais corajosos.

                   Participando de um workshop com jovens canadenses e norte-americanos descendentes de açorianos, contamos com as boas vindas dos doutores Miguel Noronha, João e Cristina, além do talentoso poeta Álamo de Oliveira, todos da Direção das Comunidades, e à noite fomos conhecer a animação da Praia da Vitória, que vem assumindo posição de destaque como pólo turístico dos Açores.

                   No dia seguinte, após assistirmos a palestras com Carlos Corvelo e Maduro Dias no belíssimo Palácio dos Capitães Gerais, rumamos para o aeroporto das Lages e deixamos a Terceira em direção a São Miguel, a última ilha a ser visitada. Torrão natal do nosso guia e amigo Paulo Teves, São Miguel é a maior e mais populosa das nove ilhas do arquipélago, sendo impressionante por suas belezas naturais, como as lagoas do Fogo e das Sete Cidades, formadas nas crateras de vulcões extintos. Impressiona também a modernidade de Ponta Delgada, capital da ilha e sede do Governo Regional dos Açores, que como provas de progresso, já apresenta altos edifícios, shopping centers, auto-estradas e um movimentado aeroporto internacional.

                   Marcas do desenvolvimento também são o ousado projeto da Direção Regional da Ciência e Tecnologia, que está implantado nas ilhas um dos mais modernos sistemas de computadores da Europa, e a Universidade dos Açores, que vem ampliando sua estrutura e cursos, destacando-se pela gigantesca biblioteca, recentemente inaugurada, e pelo seu laboratório de cismologia, que 24 horas por dia monitora, através de uma complexa rede de sensores, todo o arquipélago, conhecidamente uma das regiões de maior atividade císmica do mundo.

                   Na manhã do dia 04 de agosto deixamos a Pousada da Juventude de Ponta Delgada em direção ao aeroporto. Levados pelo seu José Manuel, nosso motorista em São Miguel e que também demonstrou grande simpatia e dedicação, nos despedimos do Paulo, companheiro por estes oito dias em que percorremos os Açores, sempre disposto e interessado em nos mostrar as belezas de sua terra. Nesta despedida, já sentindo saudade dos pais, do irmão e da namorada que haviam ficado no Brasil, e ao mesmo tempo, recordando os novos amigos que deixava, tive a certeza de que levaria para sempre no coração este arquipélago maravilhoso e inesquecível. E agora, ao ver as fotografias, os cartões postais, ao lembrar de rostos, momentos e paisagens, contenho o desejo de um dia poder cruzar novamente o mar, “À conquista dos Açores”.

 

* Natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 24 anos, reside desde 1999 em Florianópolis, Santa Catarina, onde é Aluno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul e estagiário da Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Catarinense de Cultura.

 

 
Anexos:

Arquitectura dos Impérios

Fabiano Santos
 
Fabiano Santos
 
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