Rui Bettencourt defende papel proativo dos Açores na nova realidade internacional
O Secretário Regional Adjunto da Presidência para as Relações Externas defendeu, em Ponta Delgada, a importância e a necessidade de os Açores terem um papel proativo na mudança a que se assiste na nova realidade internacional.
“Temos que ser uma incontornável plataforma de cooperação estratégica e um ponto de passagem obrigatória entre uma antiga e uma nova visão do mundo, mesmo que este mundo seja mais difícil, mas devemos lá estar”, afirmou Rui Bettencourt, que falava sexta-feira na sessão de abertura do 6.º Curso Intensivo de Segurança e Defesa na Região Autónoma dos Açores.
Para o governante, o facto de os Açores serem uma Região Ultraperiférica da União Europeia significa “mais valias para a Europa”, sejam de projeção mundial, de dimensão oceânica ou de posicionamento geoestratégico único, que devem ser sublinhadas, mostradas e demonstradas a todos os parceiros europeus, com especial enfase para o mar.
“Termos um mar de um milhão de km2 - 25% do mar europeu é o mar que envolve os Açores e coloca uma outra centralidade também nesta realidade internacional - que traz uma dimensão oceânica e uma projeção mundial à Europa, e que coloca grandes e fundamentais desafios de novas estratégias de governação”, disse o titular da pasta das Relações Externas, frisando que isso é “muito difícil, mas necessário”.
Rui Bettencourt considerou ainda que existem “novos desafios também de segurança e um novo mapeamento das relações internacionais, nem que seja devido à atratividade económica cada vez maior de uma nova economia azul, em particular do mar profundo, que se coloca nos Açores”.
“A tomada de consciência de tudo isso, dá-nos o direito, a obrigação e a vocação de sermos atores deste mundo em mudança que se está a desenhar, até porque se não o fizermos este mundo será feito sem nós e pode realmente não ter a nossa marca” sublinhou o governante.
“Estamos, pois, a passar de uma posição geoestratégica passiva para uma ideia de posição geoestratégica proativa, na qual devemos ser coautores na construção do que aí deve vir para o século XXI“, afirmou Rui Bettencourt.
Na sua intervenção, o Secretário Regional disse ainda que o momento que se está a atravessar “é particularmente interessante, perigoso, mas interessante” por se encontrar a ser desenhado “um novo mundo”, com uma profunda transformação da sociedade, das relações internacionais, dos conceitos de centralidade e de geoestratégia.
O Secretário Regional defendeu que isso obriga “a olhar com muita atenção e com muito cuidado para estas novas realidades”, e “coloca, efetivamente, este curso intensivo com uma grande pertinência e muito útil neste momento para nós”.