O Diretor Regional da Ciência e Tecnologia afirmou hoje, em Washington, que os Açores, pela sua história, são o "palco natural" para os Estados Unidos da América integrarem o AIR Center - Centro Internacional de Investigação do Atlântico.

Bruno Pacheco apontou, nesse sentido, a emigração açoriana, a atividade da baleação em New Bedford e os cabos submarinos ‘amarrados’ na Horta, lembrando também que o primeiro consulado americano na Europa foi instalado na ilha do Faial.

“É por isso que encaramos o AIR Center como um meio importante para construir novas pontes com este lado do Atlântico, sobretudo ao nível do desenvolvimento científico”, frisou Bruno Pacheco.

O Diretor Regional falava no simpósio ‘Scientific diplomacy to foster Atlantic Interactions: Establishing the Atlantic International Research Centre - AIR Center’, que decorreu na Embaixada de Portugal, organizado pela associação deste futuro centro de investigação.

Bruno Pacheco afirmou que apresentar, em Washington, as "motivações” da Região no que respeita ao AIR Center “é uma das melhores formas de reafirma o compromisso dos Açores e de abrir horizontes à sociedade açoriana”.

“Temos a ambição de estar conectados ao mundo e, considerando nossa identidade e caraterísticas singulares, acreditamos que podemos dar um importante contributo ao mundo”, acrescentou.

O Diretor Regional referiu que, apesar da dimensão reduzida do arquipélago em termos de “quilómetros quadrados de terra”, os Açores assumem uma grande responsabilidade na "dimensão marítima que dão a Portugal”, salientando que “a dimensão marítima é um dos fatores que permite à Região integrar o AIR Center”.

Bruno Pacheco lembrou que, em 2016, quando o governo português lançou a proposta de criação do AIR Center, “o Governo dos Açores associou-se de imediato à iniciativa”, acrescentando que “o Atlântico e as suas interações, sobretudo com os EUA, têm-se constituído ao longo do tempo como um compromisso da Região”.

O Diretor Regional defendeu ainda que o AIR Center terá uma interação norte-sul, “criando um diálogo e uma cooperação que promovam o conhecimento capaz de enfrentar vários problemas deste século, como é o caso das alterações climáticas, que afetam as comunidades costeiras”.

Durante a sua intervenção, sublinhou “a relação dos Açores com o mar, por ser um território arquipelágico”, destacando “o conhecimento científico marinho produzido nos centros de investigação regionais, que permite às equipas científicas açorianas integrarem consórcios internacionais”.

Relativamente a atividades ligadas ao Espaço, uma das áreas de estudo do AIR Center, Bruno Pacheco salientou “o potencial dos Açores para acolher projetos ligados à nova indústria espacial”.

Neste simpósio, que contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, foram debatidos temas como os recursos marinhos e a biodiversidade, monitorização dos oceanos e áreas costeiras e ecossistemas marinhos.

A integração de sistemas no oceano profundo, nomeadamente o desenvolvimento, integração e uso de sensores, dispositivos e sistemas, a mitigação e adaptação às alterações climáticas, a redução do risco de desastres e planeamento regional, sistemas energéticos sustentáveis, ciência de dados e inteligência artificial foram outros dos temas abordados.