Açores podem contribuir para testar soluções para problemas globais como alterações climáticas e lixo marinho, afirma Diretor Regional da Ciência e Tecnologia
O Diretor Regional da Ciência e Tecnologia destacou hoje, em Bruxelas, a importância de arquipélagos como os Açores enquanto “laboratórios vivos para encontrar novas soluções que contribuam para enfrentar desafios globais ligados às alterações climáticas ou ao lixo marinho”.
Neste sentido, Bruno Pacheco, apontou um projeto recente que está a ser desenvolvido no âmbito do AIR Centre e que pretende testar tecnologias de perceção sensorial com capacidade de deteção de plásticos no mar.
Esta tecnologias serão testadas, em maio e junho, ao largo da ilha do Faial, em zonas costeiras e em águas pouco profundas.
O Diretor Regional, que falava no fórum 'All-Atlantic Ocean Research', num painel intitulado 'Um Oceano Atlântico Resiliente ao Clima', sublinhou que “o Atlântico é a essência do AIR Centre e a razão da sua existência”.
“Existimos para promover o diálogo entre governos, academia, indústria e sociedade civil, para partilhar conhecimento e ligar as pessoas”, disse, lembrando que o AIR Centre integra áreas como as ciências ligadas ao espaço, clima, observação da Terra, oceanos, energia e ainda processamento de dados.
Segundo o Diretor Regional, este projeto, para além de promover a cooperação, “alinha prioridades nacionais e regionais e desafios globais”, como é o caso da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Década da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) e o Acordo de Paris.
“Orquestramos uma ampla rede de parceiros da Europa, África, América do Sul e América do Norte”, referiu na sua intervenção, frisando que o AIR Centre pretende “aumentar a robustez das soluções, bem como o sucesso das várias iniciativas, programas e projetos em curso”.
Bruno Pacheco referiu que, “ao trabalhar em rede, é possível reduzir custos através da aplicação de tecnologias acessíveis”, apontado como “bom exemplo” um projeto que recorre a tecnologia avançada para a deteção de lixo marinho.
“Através da rede do AIR Centre, ligámos duas instituições referenciadas para resolver um problema real que afeta os nossos oceanos, que é o lixo marinho”, afirmou.
Trata-se do 'Spectrometer for marine litter', um projeto conjunto promovido pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), pelo IMAR e pelo AIR Centre, que conta com o financiamento da Agência Espacial Europeia e com a colaboração do Fundo Regional da Ciência e Tecnologia, e que tem como objetivo de validar e desenvolver tecnologia para utilização em satélites de monitorização, com vista à deteção de plásticos no mar.
O fórum 'All-Atlantic Ocean Research', que decorre até sexta-feira em Bruxelas, é promovido pela Direcção-Geral de Investigação e Inovação da Comissão Europeia com vista a fomentar as interações científicas no Atlântico.
O Diretor Regional da Ciência e Tecnologia participou neste fórum enquanto Presidente da Direção do AIR Centre.