O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou, na Assembleia Legislativa, na Horta, que o Governo dos Açores "está do lado dos investigadores”, salientando o apoio à investigação que existe nos Açores.
Gui Menezes, que falava quarta-feira no âmbito de um debate sobre um projeto de resolução apresentado pelo PSD para a criação de uma carreira científica regional, que veio a ser rejeitado, referiu que foram lançados pelo Executivo dois concursos para projetos de Investigação & Desenvolvimento alinhados com a RIS3 e destinados ao Sistema Científico e Tecnológico dos Açores, um no valor de 2,9 milhões de euros e outro no valor de 3,7 milhões de euros, sendo que estes concursos “permitem contratar recursos humanos”.
“Neste momento, estão contratados 69 recursos humanos ao abrigo destes projetos”, disse, acrescentando que foram aprovados uma dezena de projetos de investigação em contexto empresarial, no valor de dois milhões de euros, que permitiram contratar 34 recursos humanos.
O Secretário Regional salientou que, no último concurso para projetos de investigação, “o investimento aumentou de 150 mil para 180 mil euros por projeto” aprovado para que fosse possível a contratação de, pelo menos, um doutorado por projeto.
Durante a sua intervenção, Gui Menezes adiantou que, “dentro de dias”, o Governo dos Açores vai lançar um aviso de concurso para a contratação de uma dezena de investigadores para o centro de investigação Okeanos, no valor de 2,2 milhões de euros, tal como já havia sido anunciado.
O governante disse ainda que, ao abrigo do Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação, que conta com uma comparticipação dos Açores, está a decorrer na ilha Terceira o projeto PORBIOTA, no valor de cerca de 300 mil euros, estando ainda prevista a abertura de dois concursos, um para o nó regional da Infraestrutura European Multidisciplinary Seafloor Observatory - Portugal (EMSO.PT) e outro para o nó regional da Infraestrutura European Marine Biological Resource Centre - Portugal (EMBRC.PT), cada um com o valor de 1,2 milhões de euros.
No que respeita à internacionalização da ciência, o Secretário Regional afirmou que o Governo dos Açores tem feito “um grande esforço ao nível da comparticipação de projetos INTERREG, dos consórcios ERA-NET ou do Espaço Atlântico, com um investimento de 400 mil euros por ano”.
O governante referiu a criação, este ano, de uma nova linha de financiamento para projetos de investigação e desenvolvimento em Ciências Sociais e Humanas nos Açores, bem como a criação, pela primeira vez, de bolsas de formação avançada em contexto empresarial.
Na sua intervenção, Gui Menezes referiu ainda “os vários convénios e protocolos que o Governo dos Açores tem estabelecido”, salientando que, no passado fim de semana, foi assinado um protocolo com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) para a contratação de um engenheiro para a estação RAEGE, em Santa Maria, sendo que, no âmbito do AIR Centre, está também prevista a contratação de dois investigadores na área da Geodesia Espacial e Astrofísica para trabalhar naquela estação.
Gui Menezes salientou também os memorandos assinados este ano entre o Executivo açoriano, a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a Fundação Luso-Americana para “o financiamento de três cátedras para a Universidade dos Açores em áreas como a transformação digital, a inovação e a sustentabilidade”.
“Creio que isto é revelador do nosso empenho”, sublinhou, referindo que o Governo dos Açores comparticipa estas cátedras em 25%.
Segundo Gui Menezes, estas cátedras podem permitir que a Universidade dos Açores tenha “uma renovação do seu corpo de investigação”.
Na sua intervenção, o Secretário Regional referiu ainda o programa DOC-PROF, um projeto-piloto anunciado pelo Presidente do Governo, que será implementado em 2020 e visa apoiar a contratação de doutorados em situação de desemprego, a que se poderão candidatar instituições do Sistema Científico e Tecnológico dos Açores ou empresas.