Programa Domicílios e Carros 100% Livres de Fumo
Com o intuito de intervir no âmbito da redução dos efeitos nocivos do tabaco, e especificamente com o objetivo de despoluir o ar do interior das casas e dos carros nos Açores, a Secretaria Regional da Saúde, do XII Governo Regional dos Açores, celebrou um protocolo com a Universidade do Minho, no sentido da aplicação do programa Domicílios e Carros 100 % Livres de Fumo, desenvolvido pelo Prof. José Precioso, na Região Autónoma dos Açores.
Como é sabido, a exposição ao Fumo Ambiental do Tabaco (FAT) é particularmente nociva para os grupos de indivíduos mais suscetíveis como: as crianças, os asmáticos, as pessoas com insuficiência respiratória e as mulheres grávidas (USDHHS, 2006). Neste sentido, José Precioso e a sua equipa evidenciaram, num estudo realizado em 2014, que 14,3% das crianças estão expostas ao FAT em casa, de forma diária em 8,5%, ou ocasionalmente em 5,8%, pelo facto de pelo menos algum dos conviventes, frequentemente o pai ou a mãe, fumarem em casa.
De forma a reduzir a maior prevalência de crianças expostas ao FAT no domicílio, 20% na Região Autónoma dos Açores, pelo facto de pelo menos um dos conviventes fumar em casa, a Direção Regional de Prevenção e Combate às Dependências (DRPCD) levou a cabo um conjunto de ações formativas junto da comunidade docente das diversas escolas da Região, com o propósito de iniciar a implementação do programa no dia 17 de novembro (dia do não fumador).
A intervenção "Domicílios e Carros 100% Livres de Fumo" é um programa de prevenção da exposição das crianças ao FAT, destinado a crianças do 4º ano de escolaridade e aos seus pais ou encarregados de educação. Tem como principal finalidade aumentar a prevalência de pais que não fumam e/ou não permitem que se fume no domicílio e no carro. Pretende-se com este programa, capacitar os alunos a protegerem-se da exposição ao FAT, convencendo os pais a não fumar no domicílio e no carro.
O mesmo foi desenhado para ser aplicado em contexto escolar, na sala de aula, pelos professores, e é constituído por sete sessões: 1) pequena abordagem teórica sobre as consequências do fumo ativo/passivo; 2) elaboração de materiais preventivos (cartazes, um dístico para colar em casa a informar que se trata de um domicílio sem fumo, cartas aos pais, entre outros); 3) treinar as crianças para que convençam os pais a não fumar no domicílio através de exercícios de role playing; 4) envio de um desdobrável aos pais sobre as consequências do fumo passivo; 5) afixação de autocolantes no domicílio e no carro a informar que é proibido fumar; 6) assinatura de uma declaração em que os pais se comprometem a criar um domicílio sem fumo; 7) afixação de cartazes por locais estratégicos tendo os pais como alvo.
Pretende-se com a realização do programa em causa inverter números fortemente penalizadores para as crianças açorianas, no que concerne à exposição ao fumo ambiental.
Programa Trajeto Seguro 0
O Trajeto Seguro 0, através do Centro de Terapia Familiar e Intervenção Sistémica pretende (na Freguesia de Rabo de Peixe):
- Gerar condições pré-natais adequadas aos pais e potenciar o desenvolvimento saudável da criança;
- Melhorar as relações familiares, pela promoção de um aumento dos níveis de comunicação, das vinculações seguras, da empatia e da coesão intra agregado. Paralelamente, pretende-se aumentar os níveis de planificação e organização familiar, os tempos de coabitação de qualidade e efetivar uma diminuição dos conflitos no sistema;
- Aumentar as habilidades parentais, proporcionando um maior número de conhecimentos aos pais, para que exerçam com mais qualidade os seus papéis no seio da família. Paralelamente, pretende-se aumentar a autoestima dos "cuidadores" e a eficácia parental, com um reforço de uma atitude positiva e disciplinar eficaz, que contribua para uma redução do stress parental;
- Finalmente, pretende intervir ao nível da prevenção de riscos psicossociais no período pré-natal e pós-natal, quer nas figuras parentais, quer nos respetivos "descendentes", investindo também na realidade comunitária.
Programa Prevenir em Família e Comunidade
Perante a necessidade de se consolidar a implementação da Estratégia Regional para a Promoção de Estilos de Vida Saudável e Prevenção de Comportamentos de Risco, a Secretaria Regional da Saúde, do XXII Governo Regional dos Açores, entendeu como vital assumir uma ação interventiva que promova adequadas competências parentais em figuras "cuidadoras" de crianças e jovens, numa linha de prevenção de condutas de risco das gerações mais jovens. Deste modo, optou por implementar na Região Autónoma dos Açores o Programa "Prevenir em Família e Comunidade", uma estratégia que se centra, entre outras iniciativas, na adaptação à Região, do Programa de Competências Familiares (PCF), adaptado para a realidade ibérica pela Universidade das Ilhas Baleares – Espanha.
Partindo-se do pressuposto de que é na família que se referencia parte importante da origem/desenvolvimento de condutas problemáticas, procurou-se centrar a ação sobre a realidade familiar das crianças e jovens da Região. De facto, é sabido que a influência da família no início, na progressão e no desenvolvimento de condutas problemáticas dos mais jovens e nomeadamente a interação destes com o consumo de drogas, cresce numa proporção frequentemente direta, face ao aumento dos fatores de risco.
Fatores como o mau trato parental, o abuso, a vitimização/exposição a quadros de violência, são elementos que contribuem para aumentar o risco de um consumo de drogas, algo que será ainda "ampliado" se as figuras de referência (pais/cuidadores e/ou irmãos/outros coabitantes) apresentarem condutas aditivas. Por outro lado, e de acordo com vários estudos efetivados ao longo dos últimos 20 anos, verificou-se que é possível anular/reduzir o abuso de substâncias por parte dos adolescentes/jovens, quando a vinculação/exercício da prática parental, por parte dos adultos de referência, se revela muito positiva. Neste sentido, e defendendo o princípio de que um ambiente familiar positivo pode ajudar cada uma das famílias da Região Autónoma dos Açores a evitar que os seus filhos se envolvam em condutas de consumos de drogas, a Direção Regional de Prevenção e Combate às Dependências (DRPCD) encontra-se a levar a cabo a implementação do programa "Prevenir em Família e Comunidade", tendo por base o Programa americano Strengthening Families Program, adaptado para a realidade espanhola pela Universidade das Ilhas Baleares, cujo modelo teórico é sustentado pela Teoría del Abuso de Drogas en la Adolescencia, de Kumpfer e DeMarsh (1985) e pelo Modelo Ecológico Social de Adolescentes Drogodependientes de Kumpfer y Turner (1990/1991).
O Programa implica uma intervenção direta ao nível de três diferentes níveis de funcionamento do sistema familiar: ao nível do treino de competências parentais; ao nível do treino de habilidades sociais dos "descendentes" – filhos e filhas destes pais; ao nível do treino dos envolvidos na melhoria das relações familiares. Este, contextualizar-se-á, parcialmente, na implementação das sessões de Interação Parental/Competências Parentais em dois contextos – numa aposta de prevenção universal e numa estratégia de prevenção seletiva/indicada. No âmbito universal, irão aplicar-se 5 sessões semanais consecutivas, sendo abordados os seguintes temas: o nosso tempo – recompensas, metas e objetivos; a comunicação – melhoria as relações e dos espaços de interação familiar; a gestão da pressão de grupo e aprendizagem em família; a Resolução de problemas. No que concerne à prevenção seletiva/indicada, irão aplicar-se 14 sessões semanais consecutivas, pretendendo-se abranger famílias em risco, com crianças a cargo de idades superiores a 6 anos, eventualmente cotadas pela presença de diagnósticos de adição, e estruturas familiares passíveis de facilitarem a implicação dos respetivos descendentes, menores de idade, em "quadros" de risco que facilitem o consumo de substâncias ou outros comportamentos antissociais. Procura-se, neste âmbito, melhorar as competências dos pais e das crianças, aumentando as habilidades sociais e melhorando o entendimento dos fatores de stress.
A implementação do presente programa constituir-se-á como a primeira aplicação nacional deste tipo de estratégias, englobando uma intervenção de âmbito socio educativo, com um conteúdo socio emocional de tipo seletivo.
Acordo com a Abraço – Associação de Apoio a Pessoas com VIH/SIDA
A DRPCD em parceria com a Associação ABRAÇO pretende:
-Contribuir para a plena execução das orientações e estratégias do Plano de Ação Regional para os Comportamentos Aditivos e Dependências;
-Aumentar o conhecimento dos profissionais da saúde, das ciências sociais e da educação no que concerne ao VIHS/Sida, às hepatites víricas e às outras IST,
- Aumentar o conhecimento do estatuto serológico da população em geral e do seu conhecimento sobre o VIH, hepatites víricas e outras IST, através da realização de rastreios e aconselhamento;
- Criar uma rede de referenciação e de um sistema de monitorização e vigilância relativamente ao VIH, hepatites víricas e outras IST, cumprindo as guidelines nacionais e internacionais e de acordo com o melhor conhecimento científico disponível;
Giros
O projeto Giros - Grupo de Intervenção para a Operacionalização em Saúde é concretizado pela Casa de Povo de Santa Bárbara com o apoio da DRPCD.
A prevenção no consumo de substâncias psicoativas apresenta-se como uma preocupação emergente na sociedade em geral e na região em particular. Existem palcos onde esses consumos se agudizam, tornando-se pertinente um trabalho direcionado a estes espaços e aos seus utilizadores.
O projeto GIROS tem a sua ação centrada nas seguintes áreas de atuação:
- Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências;
- Promoção da Saúde em Saúde Escolar;
- Doenças Infeciosas;
- Prevenção de Acidentes.
Pretendem aumentar a literacia em comportamentos de risco, promovendo também a minimização de danos e a redução de riscos. Para além destas ações, durante a realização das atividades, o projeto GIROS tem também uma função de apoio à comunidade, nomeadamente no (a):
Informação ao utente sobre direitos, apoios e recursos na comunidade;
Aconselhamento e encaminhamento do utente para os apoios e recursos na comunidade;
Promoção da articulação com outras instituições;
Viabilização do acesso aos serviços;